O futebol voltou, intenso, e coroou o Benfica
Intenso. O jogo de abertura da época desportiva mostrou que havia muita sede de futebol nos protagonistas do desporto-rei, em Portugal. O Benfica conquistou a sexta Supertaça do seu historial, vencendo, por números exagerados, um Sp. Braga corajoso, mas perdulário.
Rui Vitória conquista o título nacional que lhe faltava e arranca da melhor forma para uma época em que vai tentar o «tetra». As águias mostraram que as feridas de saídas importantes estão saradas, com a qualidade de quem chegou.
O Benfica teve uma entrada fulgurante no jogo, ganhando quase todos os duelos individuais e encostando o Sp. Braga à sua defensiva. E o retrato perfeito dessa realidade é golo de Cervi, aos 10 minutos. Grimaldo começa o lance a Pedro Santos, pela intensidade com que disputou a bola. Ultrapassado o adversário, o espanhol viu Cervi surgir, rompante, servindo-o para este brilhar: depois de ultrapassar Goiano, o argentino não tremeu quando Boly lhe apareceu pela frente, tirando-o do lance com um toque subtil, antes de atirar para o sua estreia de sonho.
Os minutos seguintes mostraram um Benfica empolgado pela vantagem, e um Sp. Braga a mostrar dificuldades em parar a avalanche ofensiva do opositor. E o segredo dos lisboetas foi mesmo a intensidade com que carregaram no ataque, voltando a estar perto do golo várias vezes.
Cervi e André Horta atiraram por cima, Nelson Semedo acertou no poste e Marafona ainda teve de se mostrar atento em mais alguns lances, tal era o caudal ofensivo do campeão nacional.
Guerreiros reagem, mas não derrubam o Imperador
Mas a verdade é que, à meia-hora de jogo, a vantagem mínima mantinha-se, e o Sp. Braga começava a mostrar-se mais solto. À boleia de um inspirado Pedro Santos, os arsenalistas foram ganhando metros, e chegando cada vez com mais perigo à baliza de Júlio César.
E o «Imperador» foi mesmo imperial na forma como fechou a baliza do Benfica, com excelentes intervenções a negar o golo a Pedro Santos em duas ocasiões, mantendo a sua equipa em vantagem, até ao intervalo.
No reatar da partida, o Benfica voltou a equilibrar o jogo, segurando a bola em posições mais adiantadas, de forma a tentar manter o adversário longe da área de Júlio César.
Só que os «Guerreiros» de Braga estavam decididos a lutar pelo troféu em disputa e voltaram a tomar conta das ocorrências, assumindo a iniciativa.
Pelas alas, o Sp. Braga carregou na busca pelo empate e foi continuando a valer Júlio César, intransponível, mostrando à restante equipa a força que necessária para segurar o primeiro troféu da época.
Rafa perdoa, Jonas não
Aos 68 minutos o jogo teve o seu lance capital. O Sp. Braga, pelos pés de Rafa, teve a oportunidade de ouro para empatar, mas o internacional português, depois de ultrapassar Júlio César, teve uma perdida inacreditável, atirando ao lado na melhor oportunidade arsenalista.
Ainda com o campeão europeu de mãos na cabeça pela perdida, Pizzi isolou Jonas, com um passe delicioso, o «pistoleiro» fez aquilo que já lhe conhece: foi letal.
Com uma vantagem de dois golos, o Sp. Braga lançou-se na procura de reacender uma réstia de esperança, que seria abafada por mais um lance de génio de Pizzi: mais rápido a reagir a uma defesa de Marafona, o português fez a bola sobrevoar toda a defensa do Sp. Braga, selando a conquista da Supertaça.
Pelo que fizeram, os «Guerreiros» não mereciam um castigo tão pesado, mas foi também por terem dado demasiado uso ao flagelo, que acabam derrotados. O Benfica foi eficaz, e inicia a temporada com uma vitória saborosa.