Jesus: «O mais difícil não é chegar lá acima, é saber lá estar»

1 nov 2015, 00:01

Sporting-Estoril, 1-0 (reportagem)

Jorge Jesus, treinador do Sporting, depois da vitória sobre o Estoril (1-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 9ª jornada da Liga:

 
[Análise ao jogo]
- Foi um jogo difícil. Nós também antes do jogo prevíamos que podia ser difícil. O Estoril é uma equipa com jogadores com muita qualidade, entre os quis o Bruno César que já foi meu jogador. Apresentou-se com um esquema tático que nos colocou algumas dificuldades na primeira parte. É verdade que não criámos muitas situações, tivemos 70 por cento de posse de bola, mas isso não é o mais importante. Ao intervalo falei com a equipa, era preciso modificar algumas coias a nível posicional e conseguimos criar mais oportunidades para finalizar. Tivemos golos fáceis, uma do Bryan Ruiz e outra do Slimani, mas acabámos por vencer justamente. Os jogos às vezes que são difíceis, tornam-se fáceis, como aconteceu na Luz, e este que parecia mais fácil, tornou-se mais difícil por mérito do Estoril.
 
[Apoio dos adeptos como tinha pedido, foi importante?]
- Não é muito normal nesta casa, quer dizer que os adeptos estão com a equipa, querem partilhar a alegria com a equipa. Ajudaram-nos imenso a empurrar para o 2-0, é com eles que queremos caminhar, quero agradecer-lhes por isso.
 
[Vantagem sobre FC Porto (5 pontos) e Benfica (8 pontos). Sporting na pole position
para o título?]
- Posso responder de duas maneiras. O Sporting antes de começar o campeonato já estava na pole position
. Já tinha afirmado que o Sporting ia estar entre os dois rivais para disputar o título, é o que neste momento está a fazer. Os dois rivais estão perto, é verdade que um está a cinco pontos, mas tem um jogo a menos. O Sporting chegar à 9ª jornada isolado em primeiro, se calhar se me dissessem isso na primeira jornada não assinava por baixo. Com um bicampeão e outro rival a reforçar-se com jogadores de grande qualidade era difícil de prever. O mais difícil não é chegar lá acima, é saber estar lá em cima. É isso que estamos a fazer. São os nossos adversários que têm de olhar mais para nós, porque estamos em primeiro, mas temos o máximo respeito pelo Benfica e pelo FC Porto. O nosso objetivo é ganhar títulos, não é ganhar jogos, mas para ganhar títulos temos de ganhar muitos jogos.
 
[Deu muitas indicações a William, não estava satisfeito com o seu rendimento?]
- Não foi só o William, mas como ele joga naquela posição, tem uma grande responsabilidade muito grande quando a equipa não tem bola. Como é normal, ainda não está naquilo que eu quero ao nível do posicionamento. A ligação ainda não é total, mas eles já sabem que quando estou a chamar a atenção é porque passa-se qualquer coisa. O treinador está ali é para ajudar, dentro daquilo que trabalhamos durante a semana. Às vezes é mais para uns, outras para outros, mas é sempre mais para os que estão mais perto de mim.
 
[Achou os jogadores demasiado relaxados depois da vitória no dérbi?]
- Se analisarmos o percurso do Estoril frente aos rivais, no Dragão e na Luz, já sabíamos que íamos ter dificuldades. Estávamos prevenidos que o Estoril pudesse criar alguma surpresa, mas não foi o aspeto emocional dos jogadores do Sporting que fez com que a equipa não estivesse tão concentrada. Tem a ver com o jogo em si. Quando estás a jogar com uma equipa que na maior parte do tempo está em movimentos defensivos é complicado. O Sporting está a jogar praticamente 75 minutos em movimentos ofensivos e isso provoca um desgaste enorme. Quando estás num jogo mais dividido, como aconteceu na Luz, tanto defendes como atacas e os jogadores podem estar mais frescos ou menos frescos. O Bryan correu muito hoje e no fim já se notou algum desgaste. O próprio Slimani também. Isso deve-se ao jogo e à ideia que a gente tem para cada jogo.

 

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