Diretor da PSP diz que "não é motivo de orgulho” envolvimento de agente no caso de tráfico de diamantes

16 nov 2021, 20:40
Manuel Magina da Silva, diretor nacional da PSP

Manuel Magina da Silva disse, no entanto, que este caso “não mancha” o trabalho dos restantes polícias

O diretor nacional da PSP disse hoje que “não é um motivo de orgulho” para a Polícia o alegado envolvimento de um agente no processo Operação Miríade, mas que este caso “não mancha” o trabalho dos restantes polícias.

A dar-se como provado, o envolvimento desse polícia nesses factos obviamente que não é um motivo de orgulho para o diretor nacional da PSP e para Polícia de Segurança Pública”, disse aos jornalistas Manuel Magina da Silva quando questionado sobre a detenção de um polícia no âmbito da Operação Miríade que investiga suspeitas de tráfico de diamantes envolvendo militares portugueses.

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública afirmou que o agente está atualmente suspenso de funções e foi envolvido “nesse inquérito criminal por factos praticados antes de ser integrado na PSP”.

Magina da Silva sublinhou também que a PSP, como todas as instituições, “reflete todas as qualidades e defeitos da sociedade portuguesa” e “de uma maneira geral todas as profissões estão sujeitas a recrutar”.

Infelizmente os maus polícias e os maus cidadãos não veem com um selo na testa e os sistemas de recrutamento não são perfeitos”, disse.

Questionado sobre se se sente envergonhado ao ter sido detido um agente da PSP, Magina da Silva respondeu: “Sentia-me envergonhado é se estivesse cá dentro e não o conseguisse agarrar e continuasse a atividade criminosa. Não mancha os restantes polícias que 24 horas por dia fazem o seu melhor”.

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou em 08 de novembro a execução de 100 mandados de busca e 11 detenções, incluindo de militares e ex-militares, no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Entre os detidos está um agente da PSP e um guarda em formação na GNR.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que “se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas”.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares e portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios” no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados