Clínico espanhol dirige centro de procriação médica em Lisboa

Redação , AV
20 abr 2009, 15:19
Sociedade

Ministra da Saúde reconhece dificuldades em contratar médicos para estrutura na Maternidade Alfredo da Costa

A ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu esta segunda-feira as dificuldades em contratar médicos para o centro de Procriação Médica Assistida da Maternidade Alfredo da Costa e anunciou que este deverá ser dirigido por um especialista espanhol, refere a Lusa.

Ana Jorge inaugurou o Centro de Procriação Medicamente Assistida (PMA), que representou um investimento de 650 mil euros em obras e equipamentos e irá aumentar a capacidade de resposta aos casais com problemas de fertilidade. Apesar de estar a funcionar há mais de um mês, o centro de PMA ainda não realizou qualquer tratamento de infertilidade por falta de médicos.

Esta carência foi reconhecida por Ana Jorge, apesar de considerar que não é «impeditivo» para que o centro funcione e «comece a dar a resposta àquilo que era tão desejado: aumentar a capacidade de funcionamento desta unidade».

«À medida do possível e das suas capacidades» vão sendo encontradas «todas as soluções», afirmou a ministra, sublinhando que «os serviços quando estão prontos devem abrir mesmo que não tenham todos os seus recursos em funcionamento».

Ana Jorge lembrou as dificuldades de contratar médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia e principalmente na medicina de reprodução.

«Uma das áreas carentes em Portugal é ginecologia e obstetrícia e ainda mais nesta competência que exige uma diferenciação», afirmou, explicando que estes recursos têm sido encontrados dentro da maternidade, estando neste momento três médicos a funcionar.

Especialista considerado «mais-valia»


A ministra anunciou que deverá ser contratado um médico especialista espanhol, que será uma «mais-valia» dado o seu conhecimento nesta área.

O director da Maternidade Alfredo da Costa, Jorge Branco, avançou que foi feito o convite a um médico espanhol, de Valência, que visitou o centro de PMA na passada sexta-feira e que dará a sua resposta esta semana.

Sobre a escolha deste médico, Jorge Branco explicou que «não há a nível nacional mais ninguém liberto de trabalho para vir para esta unidade» para desempenhar a função.

Segundo a ministra da Saúde, existem 2.800 casais em lista de espera em todo o país, sendo as situações mais graves na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Sul do país, porque apenas existem duas instituições públicas (MAC e Hospital de Santa Maria) para das resposta a estes casais.

Para estes casais, Ana Jorge anunciou duas medidas: o aumento da comparticipação nos medicamentos utilizados nos tratamentos de infertilidade e o encaminhamento imediato para os privados dos casais em lista de espera.

O despacho da comparticipação dos medicamentos entrou esta segunda-feira em vigor mas a medida só entrará em funcionamento no dia 01 de Junho.

«Estamos em condições de diminuir as listas de espera, contratualizando para os centros privados o encaminhamento de alguns casais para os primeiros tratamentos de procriação medicamente assistida», sublinhou.

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