Incêndio na serra do Marão está a ser investigado como fogo posto

Agência Lusa , FMC
16 ago 2022, 13:04
Incêndio na Covilhã (Miguel Pereira Da Silva/ Lusa)

Autarca contabilizou cerca de 85 hectares de área ardida neste incêndio

O presidente da Câmara de Vila Real mostrou-se esta terça-feira preocupado com as ignições verificadas na serra do Marão, destacando o incêndio que deflagrou no sábado, que queimou 85 hectares e cuja origem está a ser investigada pela Polícia Judiciária.

O incêndio na serra do Marão, freguesia da Campeã, concelho de Vila Real, deflagrou às 22:37 de sábado e, depois de ter sido dado como extinto, sofreu reativações, estando esta terça-feira em fase de resolução, com cerca de 90 operacionais no terreno em operações de rescaldo e vigilância.

“Obviamente é uma grande preocupação. Depois do que se passou na serra da Estrela, vimos com muita preocupação o conjunto de eventos sucessivos que têm levado a incêndios na serra do Marão e nas suas imediações”, afirmou esta terça-feira o presidente Rui Santos à agência Lusa.

O autarca salientou que se tem verificado que, “no momento em que, as forças de Proteção Civil, sobretudo os bombeiros, combatem um determinado incêndio, logo outro surge nas suas proximidade para dificultar ainda mais aquilo que já é muito, muito difícil, que é controlar os fogos de origem provavelmente criminosa que têm, aqui ou ali, surgido na serra do Marão”.

Neste fogo em particular, referiu, foram encontrados indícios na serra e a Polícia Judiciária (PJ) foi chamada a investigar e Rui Santos disse ainda acreditar de que se poderá tratar de um caso de fogo posto.

“Sim, é essa a nossa convicção. A PJ foi chamada, os indícios estão a ser investigados e era muito relevante e importante para todos nós que aqueles que provavelmente iniciam estes eventos, estas ignições, possam ser severamente punidos”, frisou.

Rui Santos contabilizou cerca de 85 hectares de área ardida neste incêndio na serra do Marão, numa zona de mato, pinheiro bravo e algumas folhosas, um “mix” que, na sua opinião, ajudou, de certa forma, a “controlar as coisas”.

“O fogo progrediu a velocidades diferentes em função daquilo que estava no terreno”, apontou, lembrando ainda as zonas de “acessos muito difíceis” e que lavrou o incêndio.

Também o vento forte foi outra dificuldade apontada pelos operacionais para o combate a este incêndio que se manteve longe das aldeias, mas que, na primeira noite, se aproximou de uma casa de turismo rural localizada na serra, uma situação que se conseguiu resolver.

“Este foi, até ao momento, o maior incêndio que tivemos no concelho, agora já tivemos várias ignições, já foi apanhado um incendiário em flagrante delito. Têm surgido várias ignições que têm obrigado a uma ação rápida no primeiro contacto com o incêndio, o que felizmente tem resultado. Não resultou ali primeiro porque as acessibilidades eram muito difíceis, segundo porque, depois de termos controlado o incêndio, houve um reacendimento”, referiu Rui Santos.

O autarca disse ainda que, “por regra”, este concelho “é mais afetado” pelos fogos durante o mês de setembro.

“Portanto estamos muito atentos e quero agradecer a todos os elementos da Proteção Civil, nomeadamente a todos os bombeiros. Estamos atentos, mas também muito preocupados”, frisou.

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