Perito da Lazio sustenta inocência de Couto com três teorias

9 abr 2001, 14:19

Angelo Rodio acredita num final feliz O médico escolhido pela Lazio para acompanhar este processo apresenta um facto para sustentar a inocência do internacional português: o uso deliberado de nandrolona deixa marcas no organismo durante 20 dias. E Fernando Couto passou em dois controllos efectuados imediatamente antes e depois do jogo com a Fiorentina, a 28 de Janeiro. Para Rodio, a culpa pode ser «até dos cremes de massagem».

Angelo Rodio, médico designado pela Lazio para acompanhar o processo-Fernando Couto na condição de perito sobre assuntos de dopagem, mostra-se plenamente convencido de que o internacional português pode conhecer um desenlace feliz, independentemente da divulgação do resultado da contra-análise.  

Participando na conferência de imprensa organizada em Lisboa pelo jogador e a FPF, o médico italiano iniciou a sua intervenção recordando que «Está neste momento a decorrer uma reunião de médicos, em Coverciano (N.R.: Centro Técnico da Federação Italiana) que pode lançar uma nova luz sobre este assunto. Como sabem, nos últimos seis meses houve já sete resultados não negativos no futebol italiano. Todos eles dizem respeito à nandrolona. Estamos a tentar determinar a causa para esta onda de problemas, tanto mais que, a acreditar nas informações da imprensa italiana, há vários jogadores que se encontram no limiar do permitido (2 nanogramas por mililitro), com valores de 1,8 ou 1,9». 

Sugerindo que o problema poderá estar no limite legal excessivamente baixo, o médico italiano recordou que «a Federação de ciclismo pediu, e obteve, recentemente, o aumento do limite de 2,5 para 5 nanogramas, com o argumento de que as situações de stress naquela modalidade fazem potenciar os níveis detectados no controlo». 

Três teorias e um facto concreto 

Para Angelo Rodio, «há qualquer coisa que nos escapa nestes resultados. E eu tenho três teorias para sustentar o aparecimento de análises não negativas sem pôr em causa o comportamento do jogador. A primeira, é a produção endógena de derivados da nandrolona em situações de stress. A segunda, a contaminação através de produtos legais no qual esta substância exista sem estar identificada. A terceira, é uma combinação das duas primeiras: um determinado produto em que esta substância não esteja referenciada, pode provocar uma reacção no organismo que faça subir os níveis controlados». 

Esta pista está a levar os responsáveis do clube italiano a verificar, exaustivamente, todos os produtos com os quais Fernando Couto esteve em contacto no período em causa: «Pode ser tudo, até os cremes de massagem que utilizamos nos clubes», referiu. 

Sustentando a sua convicção de que Fernando Couto é inocente neste processo, Angelo Rodio adianta: «O uso deliberado de nandrolona faz-se por via endovenosa e a substância permanece no organismo durante pelo menos 20 dias. Como o Fernando foi controlado mais duas vezes, antes e depois da análise de 28 de Janeiro, não acredito que tenha sido esse o caso».

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