Estónia-Portugal (sub-21), 1-3 (crónica)

2 set 2000, 19:29

Pequeno susto na estreia Ninguém acreditou quando o jogador estónio começou a jogada, mas a verdade é que esse golo baralhou as contas dos portugueses. Sem brilhar, a selecção soube encontrar a melhor forma de dar a volta ao resultado.

A selecção portuguesa de sub-21 resolveu num minuto um problema que começou por parecer uma questão de tempo mas que com o andar do relógio ameaçava transformar-se em ameaça real. Não passou, afinal, de um pequeno susto, e mesmo sem brilhar os portugueses venceram a Estónia por 3-1 no primeiro jogo do grupo 2 da fase de apuramento para o Europeu de Esperanças de 2002. 

Com dois belos golos apontados aos 14 e aos 15 minutos da segunda parte, a formação comandada por Agostinho Oliveira desfez a igualdade a um golo que se mantinha quase desde o início da partida e abriu caminho à tranquilidade. 

Os portugueses foram surpreendidos logo aos 5 minutos. Dando a ideia de que ninguém acreditava na iniciativa a não ser ele próprio, o médio-direito estónio (Haavistu) entrou pela área portuguesa, evitou dois adversários e entregou de bandeja para Kirilov concluir e colocar os donos da casa em vantagem. 

A selecção estónia surpreendeu Agostinho Oliveira e apresentou apenas um avançado em campo, em vez dos dois que o técnico português esperava. A hipótese, no entanto, estava acautelada: Caneira deixou imediatamente a posição de central, enquanto Esteves e Fredy assumiram os lugares habituais nos dois lados da defesa. 

Foi já a jogar assim que Portugal sofreu o primeiro golo, foi assim que partiu em busca da viragem necessária. 

Cinco minutos depois da surpresa, Paulo Costa marcou o primeiro dos seus dois golos. Perante o domínio da equipa das quinas pensou-se que tudo seria fácil a partir desse momento, tanto mais que o empate não tinha tardado muito. 

A verdade é que os estónios mantiveram-se firmes na ocupação de todo o seu meio-campo e os portugueses não aplicaram a velocidade que deviam nas manobras atacantes. Notou-se na selecção lusa a vontade de baralhar o adversário com constantes mudanças de posição dos homens mais adiantados, mas o que afinal se viu foi os próprios portugueses a confundir-se com estas movimentações.

O intervalo chegou e funcionou como óptimo conselheiro para a equipa de Agostinho Oliveira. O seleccionador português introduziu alterações importantes na equipa e venceu a aposta: Alhandra rendeu na esquerda um desinspirado Fredy e assumiu o apoio ao ataque por esse corredor; Caneira voltou a ficar mais atrás para soltar os laterais; Pedro Mendes, que não estava mal no meio-campo, foi sacrificado para haver mais um homem na frente - Miguel. 

Com Ednilson mais que suficiente para conter os esboços de ataque estónio e Caneira a ajudá-lo para o que desse e viesse, incluindo saídas para a frente, Portugal encontrou na irrequietude de Cândido Costa, Miguel, Paulo Costa e João Paulo a chave que abriria a defesa estónia. 

As trocas de bola começaram a dar resultado e a rapidez de processos conduziu ao inevitável: Esteves e Miguel combinaram no flanco direito e o novo benfiquista ofereceu o golo a Paulo Costa, de novo certeiro; no minuto seguinte João Paulo teve toque sublime de calcanhar na grande-área e Cândido Codta finalizou com frieza. 

Estava escrita a história do jogo, dentro de todas as expectativas, faltava apenas saber se a vantagem portuguesa iria aumentar. Houve oportunidades para isso, mas o guarda-redes estónio mostrou também que não estava em campo para fazer número. 

Apesar do pequeno «qui pro quo» inicial Portugal ficou com os três pontos, arrancou bem rumo ao Europeu de sub-21 e deixou indicações positivas para o futuro.

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