Francisco Neto: «Estes jogos não nos dão pontos como no Mundial»

8 jul 2023, 00:02
Francisco Neto festeja, no relvado, o apuramento de Portugal para o Mundial 2023 (Martin Hunter/Photosport via AP)

Seleção feminina de Portugal venceu a Ucrânia em encontro de preparação

Francisco Neto, selecionador feminino de Portugal, em conferência de imprensa após o triunfo frente à Ucrânia no Estádio do Bessa (2-0). Declarações reproduzidas pela Agência Lusa:

«Foi uma boa exibição, com muitas coisas boas. Mudamos a estrutura (aposta em três defesas centrais), não os princípios. As jogadoras conseguiram neste tempo de trabalho dar resposta ao solicitado. Hoje sentimos que era um bom momento para testar. Estes jogos não nos dão pontos como no Mundial.

Elas foram competitivas e competentes, mas podemos ainda crescer, sobretudo no último terço do terreno. Com este volume ofensivo, temos de rematar mais vezes, fazer mais golos, ter mais critério no último passe. Foi o único senão. Na perda, organização defensiva, na forma como circulámos a bola estou muito feliz.

Há nove anos e meio, quando começámos este trabalho, nunca pensámos que nesta altura íamos disputar um mundial e ter um Estádio do Bessa com 20.000 pessoas a assistir a um jogo nosso. Que ia ser assim tão rápido. O mérito é muito das jogadoras. 

Amanhã voltamos a jogar com a Ucrânia, em jogo-treino, à porta fechada. E menos tempo. Estimular as jogadoras com mais minutos, mais um momento de crescimento, experiência. Concluiremos a nossa missão. É importante sair destes jogos internacionais com 90 minutos. Maravilhoso para a nossa preparação.

Vamos para o mundial com a ambição de sempre, representar bem o país e competir bem, até ao último minuto. Tem sido a nossa bandeira.

Com a alteração tática pretendemos ter opções de jogo diferentes, sem abdicar dos nossos princípios, como a ocupação racional dos espaços. Em função do adversário e da estratégia, temos pelo menos mais uma carta no nosso baralho. Dotar as jogadoras do máximo de opções possíveis, resolver alguns problemas nossos e criar alguns aos adversários.

O que aí vem vai ter registo completamente diferente. É impossível recriar o que vai ser um Campeonato do Mundo, podemos estar mais próximos, mas nunca vai ser igual.

O jogo na Inglaterra (0-0) mostrou-nos uma seleção ao nível dos Países Baixos e dos Estados Unidos. Preparadas para as dificuldades, ter muitos momentos sem bola, saber sofrer. Não sermos tanto organizados, mas resolver os problemas com espírito de sacrifício.

Com a Ucrânia é ter mais bola ante uma seleção que nos retira espaços. Apostar mais no desequilíbrio da equipa adversária, como o Vietname. A ideia destes adversários foi recriar o máximo possível o campeonato do Mundo, embora aqui o lado emocional e o contexto sejam completamente diferentes.

Ainda temos mais um momento de crescimento, particular com a Noruega.»

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