Europa contabiliza 324 casos de salmonella relacionados com chocolates Kinder (e oito de origem desconhecida)

20 mai 2022, 10:32
Chocolates Kinder

Os casos de infeção por salmonella continuam a multiplicar-se desde o início de abril. As autoridades de saúde referem o tempo de vida e resistência da estirpe como fatores que poderão ter contribuído para a rápida propagação

O surto de salmonella associado a chocolates da marca Kinder, fabricados numa unidade de produção belga na cidade de Arlon, já totaliza 324 casos.

266 destes casos estão confirmados, enquanto 58 se mantêm, por enquanto, como prováveis.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (EDCD) e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) acrescentam que foram ainda detetados oito casos de contaminação por Salmonella Typhimurium que não estarão associados à fábrica da Ferrero, sugerindo a possibilidade de outras fontes de infeção.

Os casos de salmonella estão a ser investigados após terem sido detetados no mês de abril em vários países europeus. Desde então, foram também identificados casos no Canadá e nos Estados Unidos. 

A grande maioria das crianças infetadas tem menos de dez anos, e quase metade teve de ser hospitalizada. Não se registou, até ao momento, qualquer morte associada ao surto.

A resistência desta estirpe específica de salmonella, resistente a vários desinfetantes e a seis tipos de antibióticos, poderá explicar a sua propagação e fortes sintomas. As autoridades de saúde realçam que a rápida atuação poderá ter “reduzido o risco de exposição, mas poderão aparecer novos casos” devido à vida útil da bactéria e ao “possível armazenamento dos produtos em casa”.

A deteção da estirpe num tanque de leitelho na fábrica da Ferrero terá ocorrido em dezembro de 2021, durante as operações de controlo de qualidade realizadas pela própria empresa, o que motivou acusações de falta de transparência por parte da agência belga de segurança alimentar (AFSCA).

Segundo o ECDC e a EFSA, o soro de leite utilizado na confeção dos produtos chocolateiros terá tido origem num fornecedor italiano, que não detetou a presença de salmonella em nenhuma das outras fábricas onde administra o produto.

Os primeiros casos de infeção conduziram ao encerramento da fábrica, a 8 de abril, e à retirada dos produtos do mercado em múltiplos países.

Em Portugal, a venda de vários produtos da marca Kinder foi também interrompida como medida preventiva.

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