"Perdeu-se muito tempo": pneumologista defende "aumento de medidas" contra a covid-19

23 nov 2021, 15:02

Agostinho Marques diz estar "mais confortável" agora que as autoridades de saúde anunciaram o reforço da vacinação em Portugal

O pneumologista Agostinho Marques defendeu, esta terça-feira,  na CNN Portugal, o aumento das medidas contra a covid-19 para responder à subida do número de infeções e de óbitos que tem sido registada nas últimas semanas em Portugal.

Agostinho Marques, que no verão passado defendeu um "aligeirar" das medidas contra a covid-19, considera agora que o país deve "aumentar as medidas" e apostar no "reforço do número de pessoas elegíveis" para a vacinação, uma vez que prevê que o número de infetados e de óbitos "vão continuar a aumentar".

"A maneira de proteger as pessoas é com reforço vacinal para aquelas [pessoas] que foram vacinadas há muito tempo. Eu hoje sinto-me mais confortável porque estou a ouvir notícias de que há um grande esforço de vacinação, pois na semana passada não havia, e perdeu-se tempo em outubro", considerou o especialista, em direto no programa CNN Hoje. 

Tendo em conta que "a doença em pessoas vacinadas tende a ser não sintomática", ou seja, as pessoas testam positivo à doença mesmo sem apresentar sintomas, Agostinho Marques defendeu uma "testagem sistemática" para o acesso a locais públicos e, assim, evitar a disseminação do vírus.

Além disso, o pneumologista pediu "medidas mais claras" em relação à utilização da máscara. "O Governo tem de dizer onde é que [o uso da máscara] é obrigatório e onde não é. Agora nada é claro", apontou.

Para o especialista, "é vital que a vacinação se faça em centros de vacinação" para libertar a pressão dos centros de saúde de modo a que consigam "fazer o seu trabalho normal".

Saída de médicos do SNS "era absolutamente previsível"

Questionado sobre a notícia divulgada esta terça-feira pela CNN Portugal quanto à saída de mais de 400 médicos do Serviço Nacional de Saúde para o serviço privado, Agostinho Marques salientou que esta saída "era absolutamente previsível" face ao subfinanciamento no setor.

"É preciso um maior número de profissionais, quer médicos ou assistentes operacionais, mas também meios técnicos", defendeu o especialista, lembrando que. "a carência já vem de há muito", mas a motivação da luta contra a covid-19 fez com que os profissionais de saúde "esquecessem a própria fadiga."

Para o pneumologista, a situação do SNS "é de facto dramática" e são necessárias "soluções para o futuro a curto prazo".

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