Morte de jovem de 18 anos termina em tribunal. Médicos confundiram AVC com otite

MM
30 mar 2023, 23:43
Saúde

Aconteceu em Espanha. A rapariga chegou a receber alta, mas os pais recusaram abandonar as urgências

Uma jovem, de 18 anos, morreu na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Puerta del Mar, de Cádiz, Espanha, depois de terem sido feitos diagnósticos errados, que atrasaram o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu. O caso passa agora para os tribunais.

O diagnóstico inicial dos médicos do Hospital Clínico de Puerto Real foi uma otite, no entanto, a jovem sofrera “um derrame cerebral”. Chegaram, inclusivamente, a dar-lhe alta, mas os pais recusaram-se a abandonar a unidade hospitalar.

O caso remonta a setembro de 2022. No dia 18, a jovem deslocou-se com os pais ao posto de atendimento do Centro de Especialidade de La Longuera, em Chiclana, “por apresentar sintomas como vertigens, perda de consciência com relaxamento do esfíncter, incapacidade de andar, resposta verbal anormal, otalgia direita (dor no ouvido), uma dor que se refletia na mandíbula”, revela o comunicado da empresa de advogados que está com o caso, segundo o Diário de Cádiz.

Ao ser examinada, a jovem apresentou ainda dificuldades em levantar e manter o braço esquerdo levantado, pelo que foi encaminhada para o Hospital Clínico de Puerto Real. Aí, foi atendida por “vertigem e otalgia direita, por dois médicos das urgências do referido hospital que, aparentemente, não tinham muita experiência”, lê-se no documento

Quando chegou ao hospital, a jovem foi “colocada numa cadeira de rodas, onde voltou a urinar. Tiraram uma amostra de sangue para análise e solicitaram colheita de urina, que nunca foi realizada, sendo depois transferida para uma maca, onde voltou a urinar”.

Foi-lhe diagnosticada novamente uma otite, porque “apresentava vermelhidão no ouvido direito” e prescreveram-lhe tratamento para a dor de cabeça, vertigem e dor de ouvidos. Foi-lhe dada alta, mas os pais recusaram sair da sala de urgências, uma vez que a filha estava “com convulsões, baixo nível de consciência”, suava abundantemente e não conseguia levantar-se.

Nesse momento, terá sido solicitada a colaboração da Radiologia, que “não considerou necessária a realização de uma tomografia (TAC) à cabeça”. Foi, então, vista por um otorrinolaringologista, que recomendou que fossem feitos mais testes.

Depois da mudança de turno, foi um novo médico que, após receber todas as informações e a pressão de um familiar da doente, que era profissional de saúde, a transferiu para o serviço de Radiologia, onde lhe fizeram duas tomografias (TAC), sem e com contraste. O diagnóstico era bem diferente de uma otite: “trombose de acidente vascular cerebral muito grave”.

Depois de ser transferida para a unidade de cuidados intensivos, a jovem foi submetida a uma cirurgia de urgência, porque não respondeu aos tratamentos. Mas o resultado não foi o esperado e piorou nas horas seguintes à intervenção, acabando por morrer no dia 20 de setembro de 2022.

 

Europa

Mais Europa

Patrocinados