Adulto morre de sarampo na Irlanda, autoridades pedem à população que vacine as crianças

8 fev, 16:11
Sarampo: 36 casos aguardam resultado das análises

Diretora de saúde irlandesa destaca que é preciso uma taxa de vacinação acima dos 95% para prevenir surtos de sarampo. Entre 2022 e 2023, o número de casos de sarampo na Europa aumentou quase 45 vezes

Um homem morreu num hospital na Irlanda após ter contraído sarampo, anunciou esta quinta-feira o serviço de saúde irlandês (HSE). É o primeiro caso confirmado de sarampo no país desde o início do ano, numa altura em que vários países europeus, incluindo Portugal, estão a braços com novos surtos da doença contagiosa após uma quebra nas taxas de vacinação.

Em 2023, a Irlanda tinha registado quatro casos de sarampo, dois no ano anterior, zero casos em 2021 e cinco em 2020, sem qualquer morte reportada em qualquer desses anos, adiantou o HSE. As autoridades de saúde pública e a Equipa Nacional para Incidentes de Sarampo dizem estar a "tomar todas as ações necessárias em relação a este caso".

Num vídeo partilhado nas redes sociais, Brenda Smyth, diretora da saúde, diz estar "muito preocupada" face ao que diz ser o "elevado risco" de um surto de sarampo na Irlanda, pedindo às pessoas que vacinem as crianças contra a doença. Na Irlanda, como em Portugal, existe a chamada vacina tríplice viral, ou VASPR, que é administrada aos 12 meses de idade e novamente por volta dos três anos e meio, para proteger contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola.

No mesmo vídeo, que tinha sido originalmente publicado no mês passado, Smyth adianta que os níveis de vacinação contra o sarampo caíram abaixo dos 90% a nível nacional e abaixo dos 80% em alguns condados irlandeses. A diretora adianta que é preciso que cerca de 95% da população esteja vacinada para prevenir surtos e a disseminação da doença.

Desde 2020, adianta a BBC citando fontes oficiais, a maioria dos casos de sarampo registados na Irlanda foram importados de outros países para onde os doentes viajaram e onde havia surtos em curso.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de sarampo na Europa aumentou quase 45 vezes no ano passado em relação ao ano anterior: ao todo, foram registadas cerca de 42.200 infeções em 2023, contra 941 registadas em todo o ano de 2022.

O organismo acredita que o aumento exponencial de infeções por sarampo se deve à queda na vacinação em todos os países europeus durante a pandemia de covid-19. Entre 2019, o ano anterior à pandemia, e 2022, a taxa de vacinação com a primeira dose da VASPR em todo o continente caiu de 96% para 93%; durante o mesmo período, o número de crianças que recebeu a segunda dose da vacina caiu de 92% para 91%. Aparentemente pequenas, as quebras significam que mais de 1,8 milhões de crianças em toda a Europa não foram vacinadas contra o sarampo durante esse período.

Altamente contagioso, o sarampo é transmitido por tosse e espirros e pode gerar problemas de saúde sérios independentemente da idade de quem contrai a doença. Numa primeira fase de contágio, costuma manifestar-se com febres altas e uma irritação na pele, que normalmente desaparece passados dez dias. Contudo, pode conduzir a problemas mais graves como pneumonia, meningite, cegueira e convulsões, podendo levar à morte do doente.

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