Putin diz que Ucrânia tinha “preparada uma janela” para atacantes passarem a fronteira. Kiev desmente

23 mar, 13:13

O presidente russo falou ao país e declarou este domingo como dia de luto nacional

O presidente russo acusou, este sábado, a Ucrânia de ter “preparada uma janela” para que os suspeitos do ataque à sala de espetáculos Crocus City Hall conseguissem passar a fronteira. Num discurso transmitido pela televisão estatal, Vladimir Putin revelou que os suspeitos “tentaram fugir em direção à Ucrânia”, mas que foram “encontrados e detidos”. Ao todo, foram feitas 11 detenções, revelou, indicando que quatro dizem respeito a autores diretos do ataque.

“Eles tentaram esconder-se e seguiram em direção à Ucrânia, onde, segundo dados preliminares, foi preparada uma janela para eles cruzarem a fronteira”, disse, citado pela noticia a agência russa de notícias TASS.

Ainda antes de Putin falar ao país, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak negou qualquer envolvimento da Ucrânia no ataque desta sexta-feira, que, até ao momento, já tirou a vida a mais de 133 pessoas

“A Ucrânia não tem a menor ligação a este incidente. A Ucrânia trava uma guerra em grande escala com a Rússia e resolverá o problema da agressão da Rússia (agressão, aliás, com um componente terrorista deliberado) no campo de batalha. As versões dos serviços especiais russos sobre a Ucrânia são absolutamente insustentáveis ​​e absurdas”, escreveu na rede social X, antigo Twitter.

Também Andriy Yusov, da Direção Principal de Informação da Ucrânia, negou qualquer envolvimento. Em declarações à Reuters, também antes da mensagem televisiva de Putin, Yusov disse que “esta é, obviamente, mais uma mentira dos serviços especiais russos, que nada tem em comum com a realidade”. “É claro que a Ucrânia não esteve envolvida neste ataque terrorista. A Ucrânia está a defender a sua soberania dos invasores russos, libertando o seu próprio território e está a lutar com o exército e alvos militares dos ocupantes, não com civis”, destacou.

Vladimir Putin afirmou que o Serviço Federal de Segurança da Rússia e outras agências de aplicação da lei “estão a trabalhar para identificar e descobrir toda a base cúmplice de terroristas: aqueles que lhes forneceram transporte, traçaram rotas de fuga da cena do crime, prepararam esconderijos e esconderijos de armas e munições”.

O presidente russo classificou o atentado em Moscovo como um “ato terrorista bárbaro e sangrento” e declarou um dia de luto nacional na sequência, que será assinalado este domingo, 24 de março.

“Estou a falar-vos após um ato terrorista bárbaro e sangrento, cujas vítimas foram dezenas de pessoas pacíficas e inocentes, nossos compatriotas, incluindo crianças, adolescentes e mulheres”, começou por dizer o presidente russo no seu discurso.

Uma vez que os suspeitos estão agora detidos, Putin assegurou que estes “terroristas e assassinos” só podem esperar uma coisa: “a punição”

“Todos os perpetradores, organizadores e autores deste crime sofrerão uma punição justa e inevitável, não importa quem sejam, não importa quem os dirige”, vincou, deixando ainda claro que “identificaremos e puniremos todos os que estão por trás dos terroristas, que prepararam este ataque à Rússia”, acrescentou. 

Na sequência deste ataque, Putin afirmou ainda que tanto em Moscovo como “em todas as regiões do país”, foram “introduzidas medidas adicionais antiterroristas e anti-sabotagem”.

“O principal agora é evitar que aqueles que estão por trás deste banho de sangue cometam um novo crime”, destacou.

No seu discurso, Vladimir Putin não fez qualquer menção ao Estado Islâmico, mesmo o grupo já tendo reivindicado a autoria do ataque.

 

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados