Livre quer “sinais políticos” do Governo para debater propostas na especialidade

Agência Lusa , PF
11 abr 2022, 14:14
O deputada do Livre, Rui Tavares (Lusa)

Para o Livre, este orçamento, apesar de vigorar por menos tempo do que o habitual, não deve ser apenas um documento “de transição”, argumentando que o país se deve “preparar para o pior mesmo que esperando o melhor”

O deputado único do Livre quer “sinais políticos” do Governo para discutir propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2022 na fase de especialidade, defendendo que este documento não deve ser apenas “de transição”.

Em declarações aos jornalistas depois de ter estado reunido com o Governo para conhecer as linhas gerais da sua proposta de Orçamento do Estado para 2022, Rui Tavares referiu que o partido vai apresentar algumas propostas de alteração a este documento.

“Mas ainda antes da sede de especialidade queremos começar a ter sinais políticos e garantias políticas que essas medidas na especialidade serão consideradas pelo seu mérito e, portanto, serão todas tidas em conta neste procedimento orçamental”, vincou.

Questionado pelos jornalistas sobre se sentiu abertura por parte do executivo para acolher estas medidas, Tavares disse apenas: “Foi-nos dito que haveria abertura para considerar propostas e nós iremos apresentar propostas e fazer as nossas contas e depois queremos ver do lado do Governo abertura para as discutir já para o Orçamento de 2022”.

Para o Livre, este orçamento, apesar de vigorar por menos tempo do que o habitual, não deve ser apenas um documento “de transição”, argumentando que o país se deve “preparar para o pior mesmo que esperando o melhor”.

“A nossa perspetiva é que, claro que o orçamento de 2023 é importante, mas este orçamento de 2022 é ainda o orçamento que vai no fundo enfrentar os primeiros impactos da crise internacional, que é uma crise do tipo a que não estávamos habituados, com uma guerra no continente europeu, e, portanto, tem que ser reconsiderado à luz dessa nova realidade”, frisou.

Rui Tavares referiu algumas "diferenças de visão sobre o atual momento económico e financeiro do país e da Europa" entre o executivo e o Livre, considerando que "o Governo tem tendência a achar que as atuais perturbações que têm origem na guerra [na Ucrânia], na inflação, são conjunturais" enquanto o Livre defende que são estruturais.

"Os sinais que teremos por parte do Governo em relação a estas diferenças de visão vão-se perceber no concreto", continuou o deputado único, detalhando algumas propostas já apresentadas pelo partido nesta legislatura como o Programa '3C' (Casa, Conforto e Clima) que visa combater a pobreza energética.

"É um dos temas em que queremos ver abertura para discutir e orçamentar no detalhe", acrescentou.

Para além deste programa, o Livre propõe a criação de uma nova modalidade de transportes públicos "que seja a do transporte escolar em veículos elétricos, que se possam depois desdobrar quando não fazem transporte escolar, fazer apoio à população sénior ou à população com mobilidade reduzida".

Tavares recuou ainda a uma proposta aprovada no Orçamento do Estado para 2020, na altura apresentada por Joacine Katar Moreira, que não foi ainda implementada: a criação de uma agência ou unidade de missão para o Novo Pacto Verde ('Green New Deal').

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