Julgamento de Manuel Pinho e Ricardo Salgado adiado devido a greve

Inês Pereira , com Lusa
3 out 2023, 09:52

O julgamento que estava previsto para ter início esta terça-feira, no âmbito do caso EDP, foi adiado devido à greve dos funcionários judiciais

Foi adiado para sexta-feira o julgamento do caso EDP, que tem como arguidos o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, e o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho e a mulher, Alexandra Pinho.

A sessão foi cancelada devido à greve dos funcionários judiciais, que estão neste momento a manifestar-se no Campus de Justiça. O julgamento está agora previsto para o dia 6, mas poderá voltar a ser adiado devido à paralisação.

Uma das audiências mais esperadas no caso EDP estava agendada para esta terça-feira às 9:30, no Juízo Central Criminal de Lisboa. Os três arguidos iam responder pelos crimes de corrupção e branqueamento de capitais. 

Sabia-se, contudo, esta manhã, que Ricardo Salgado não marcaria presença no julgamento devido a doença, à semelhança do que acontece nos restantes processos nos quais está envolvido. 

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009), em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, é acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

A mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro por fraude fiscal, em coautoria material com o marido, enquanto Ricardo Salgado vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Ricardo Salgado foi submetido, em 28 de setembro, a um exame neurológico no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) de Coimbra, que foi pedido pelos advogados do antigo presidente do BES em vários processos nos últimos dois anos, para avaliar o impacto no julgamento do diagnóstico de doença de Alzheimer que lhe foi atribuído, mas só tem valor de perícia no processo EDP.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação do processo EDP arrancou em 2012 por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.

Relacionados

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados