Fé no Futuro, um projeto solidário de jogadores portugueses

15 abr 2014, 10:38
Fé no Futuro

Diogo Brandão, José Coelho e Marcelo Resende transmitem mensagens de esperança: «Tiraram-me o telhado, eu fiquei com as estrelas»

«Tiraram-me o telhado, eu fiquei com as estrelas» ou «podem-me tirar tudo, menos os sonhos». O projeto Fé no Futuro não se limita a ajudar. Procura transmitir uma mensagem de esperança por considerar que essa é a melhor forma de sustentar a causa solidária.

A Fé no Futuro, organização sem fins lucrativos, tem outra caraterística especial: veio da mente de jogadores de futebol. Portugueses, por sinal. Diogo Brandão (GD Joane) aceitou o desafio lançado por um amigo de longa data, José Coelho (FC Penafiel), e abraçou o projeto, tal como Marcelo Resende (ex-Milsami Orhei, Moldávia).

«Já conheço o Coelho desde os oito anos e sempre foi uma pessoa que, mesmo tendo passado pelos clubes por onde passou - FC Porto, Inter de Milão, Benfica -, nunca mudou a sua forma de ser. Quando me falou na ideia, disse logo que sim e temos procurado fazer o máximo pelos outros», explica Diogo Brandão.

Em junho de 2013, após várias iniciativas a título individual, os jogadores deram um nome à causa e foram para a rua. Este trio não se limita a disponibilizar verbas ou a promover eventos. «Sem irmos para o terreno não temos a verdadeira noção da realidade», salienta, em conversa com a
Maisfutebol Total.


Diogo Brandão e José Coelho desenvolvem esforços no norte do país, Marcelo Resende faz o mesmo na capital. Têm idades entre os 24 e os 26 anos mas sentem a necessidade de retribuir quanto antes. 


«Temos feito as iniciativas mas claro que não é fácil gerir o tempo. Eu por exemplo continuo a estudar Psicologia na Universidade e tenho os treinos de manhã. Mas já fiz voluntariado no passado e encaro o projeto com paixão, como os outros», diz Diogo.

Os jogadores pretendiam manter o anonimato para não transmitir uma mensagem errada mas reconsideraram e entenderam que a divulgação do conceito passava pela identificação dos seus mentores.

«Nenhum de nós pretende valorizar-se com isto, de forma alguma. Aliás, já fizemos algumas iniciativas e desde a primeira hora sentimos que recebemos mais do que oferecemos. A alegria que sentimos em ajudar é incomparável», garantir o jogador do GD Joane, equipa que disputa o Campeonato Nacional de Seniores.

A Fé no Futuro pretende ser um movimento de apoio a instituições de caridade e indivíduos. «Queremos crescer, queremos que venham ter connosco e tentaremos ajudar no que pudermos. Não sabemos se conseguiremos ajudar todos, mas faremos o que estiver ao nosso alcance para desenvolver o conceito.»

Duas campanhas, incluíndo a mais recente, têm como figuras centrais os amigos de quatro patas. Neste caso, animais abandonados que foram acolhidos pela associação Os Pecaninos, também ela a precisar de ajuda.



O projeto de Diogo Brandão, José Coelho e Marcelo Resende vai lançando sementes em várias direções e garante um retorno imediato. «Quando vamos para os locais e tomamos contato com a real dimensão dos problemas, percebemos que a nossa missão faz sentido.»

«Em setembro de 2013, juntamente com a instituição Casa, fomos para as ruas do Porto ter com os sem-abrigo e entregámos camisolas quentes para os proteger. Só na rua Júlio Dinis estavam vinte ou trinta pessoas à espera, porque já sabem que naquele dia vão receber ajuda. Para além disso, daquela vez tiveram mais uma pequena coisa, especial», atira Diogo Brandão.

As camisolas tinham mensagens de esperança para os sem-abrigo e não só. «É uma mensagem para eles mas também deles para quem está de fora e nem sempre estende a mão. Foi uma noite gratificante e queremos mais. O próximo desafio é fazer um jogo de solidariedade, estamos a trabalhar nisso, sabendo que envolve muita coisa e também passa pela disponibilidade das pessoas. Mas não vamos desistir!»

Continuará a haver Fé no Futuro através destes jogadores de futebol.

«Podem-me tirar tudo, menos os sonhos».


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