O rei da terra batida volta a mandar 700 dias depois

18 abr 2016, 10:09

Rafael Nadal vence o Masters 1000 de Monte Carlo depois de uma «seca de títulos» em 2015

Rafael Nadal venceu neste domingo o torneio de Monte Carlo, o primeiro Masters 1000 do ano na terra batida. O triunfo do tenista espanhol não só aumentou o seu extenso palmarés com algumas marcas importantes como teve uma importância especial pelo regresso aos triunfos numa prova com este prestígio.

O maiorquino de 29 anos voltou a ganhar um torneio ATP Masters 1000 passados 707 dias da sua vitória em Madrid em maio de 2014. Foi há quase dois anos que Nadal venceu Kei Nishikori na final do Masters espanhol.

O número de dias que o atual nº5 do ranking ATP esteve sem ganhar um dos grandes torneios do calendário desce para 679 se se tiver em conta que Nadal, em junho de 2014, depois de Madrid, ainda venceu o seu nono título em Roland Garros – o último grande torneio conquistado tinha mesmo sido um major. [Explicando assim o arredondamento do título para sete centenas de dias.]

Em absoluto, eram 259 os dias de jejum de Rafa Nadal entre vitórias em torneios. O último triunfo do espanhol tinha sido em agosto de 2015 quando ganhou o Open da Alemanha batendo o italiano Fabio Fognini na final – em terra batida.

O seu ano horrível de 2015 foi marcado por lesões, como já tinha sido a segunda metade de 2014, e os troféus de Nadal resumiram-se a um total de três: as vitórias no Open da Argentina 250 (terra batida) e no Open de Estugarda 250 (relva) – em fevereiro e junho, respetivamente – juntaram-se ao triunfo em Hamburgo sobre o italiano.

Em suma, desde 2005, ano em que ganhou o seu primeiro Masters 1000, em Monte Carlo, e a sua primeira Taça dos Mosqueteiros em Roland Garros, que Nadal ganhou sempre um Masters e um < i=""> por ano (um de cada categoria, pelo menos). Foi assim até 2015, ano em que o espanhol não ganhou qualquer torneio do Grand Slam ou da categoria ATP 1000. <>

Voltou a ganhar neste domingo, no talismã de Monte Carlo. O rei da terra batida voltou aos triunfos de grande prestígio conseguindo-o no seu piso favorito. Nadal venceu na final Gaël Monfils – que foi à final do torneio monegasco sem estar entre os dez primeiros do ranking; como Nadal tinha conseguido em 2005.

Desde então, o espanhol dominou o Masters 1000 do principado tendo chegado à décima final, das quais venceu nove. Nadal só perdeu a final de 2013 para Novak Djokovic – em 2014 ficou pelos quartos de final; em 2015 chegou até às meias. O triunfo deste domingo é o 28º de Nadal em torneios Masters 1000 voltando a estar a par de Djokovic neste recorde.

Rafael Nadal venceu o seu 68º troféu da carreira (em singulares) na centésima final que disputou. Daquelas 68 vitórias, 48 foram na terra batida, o piso onde ele manda como ninguém alguma vez conseguiu – em qualidade, pois, em quantidade, o maiorquino ficou a uma vitória do recorde de Guillermo Vilas de 49 triunfos no pó de tijolo. Mesmo com o ano horrível de 2015, o espanhol está há 13 anos consecutivos a vencer torneios de terra batida na Europa.

Neste domingo, o tenista de 29 anos recuperou um título que já tinha sido seu oito vezes. As certezas do que significa este regresso ao topo no que se segue de uma carreira já muitas vezes colocada em causa pela quantidade de lesões – que já o fizeram perder uma dezena de grandes torneios entre majors, World Tour Finals e Jogos Olímpicos (2012) – vai continuar sob escrutínio.

Mas este regresso deste domingo já é um facto consumado. E Rafael Nadal não conseguiu esconder na cerimónia de entrega dos prémios muita da emoção que estava a sentir por este triunfo num dos «locais mais especiais da carreira». O próprio frisou o «ano passado complicado» e o trabalho de «todos para chegar aqui». Quanto ao futuro, pela sua parte, Nadal deixou uma promessa: «Até para o ano.»

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