Coreia do Norte realiza exercícios de artilharia perto da fronteira marítima com Seul

Agência Lusa , SM
5 jan, 08:12
Pyongyang (Associated Press)

Prática viola acordo de 2018

A Coreia do Norte lançou esta sexta-feira manobras de artilharia com fogo real perto da fronteira marítima com o Sul, em violação de um acordo de 2018, levando Seul a preparar a realização de exercícios semelhantes.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul anunciou que o Norte disparou 200 tiros para águas a norte da fronteira marítima, a oeste da península, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, e garantiu uma resposta, embora não tenha revelado mais detalhes.

Moradores da ilha de Yeonpyeong, situada junto à fronteira, disseram que os militares sul-coreanos lhes pediram para se retirarem das suas casas, como “medida preventiva”, porque pretendem lançar exercícios de tiro marítimo ainda hoje.

Também foi pedido aos residentes de Baengnyeong que abandonassem as suas casas, disseram hoje à agência de notícias France-Presse (AFP) as autoridades da ilha situada a cerca de 100 quilómetros de Yeonpyeong.

“Estamos a fazer anúncios de evacuação neste momento”, disse à AFP um responsável de Baengnyeong, acrescentando que foi informado pelos militares sul-coreanos de que iriam realizar em breve um exercício naval.

Num comunicado, o Ministério da Defesa sul-coreano descreveu as manobras do Norte como “um ato de provocação que ameaça a paz na península” e instou Pyongyang a “cessar imediatamente estas ações”.

A fronteira marítima entre as duas Coreias tem sido palco de várias batalhas marítimas desde 1999. O regime de Pyongyang lançou em 2010 170 tiros de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando quatro pessoas, incluindo dois civis.

Num acordo militar celebrado em 2018, Pyongyang e Seul prometeram não realizar exercícios de fogo real nem realizar atividades vigilância aérea em zonas de exclusão aérea e zonas tampão estabelecidas ao longo da sua fronteira.

No entanto, em 22 de novembro passado a Coreia do Sul anunciou a suspensão parcial do acordo, depois de o Norte ter colocado em órbita o seu primeiro satélite militar espião. Um dia depois, Pyongyang respondeu, suspendendo por completo o acordo.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, apelou ao aumento da produção de lançadores de mísseis, informou hoje a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

Os exercícios do regime de Pyongyang acontecem um dia depois dos exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos terem lançado manobras com fogo real perto da fronteira terrestre com o Norte, que terminam hoje.

Os meios de comunicação social norte-coreanos criticaram estas manobras conjuntas, com a agência oficial KCNA a descrever os exercícios e algumas das manobras com fogo real como ações autodestrutivas.

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