"Não tenho medo do juízo dos portugueses". Esta é a lista de promessas de Montenegro para ser primeiro-ministro

21 jan, 20:50

Na convenção da Aliança Democrática, Montenegro quis ser cauteloso, “não prometer tudo a todos”. Focou-se nas prioridades, naquilo que quer resolver no imediato. Deixou garantias para os primeiros 60 dias de governo. O presidente do PSD procurou afirmar-se como o garante da “competência”. "Não tenho medo do juízo dos portugueses. Pelo contrário, só quero governar na base da confiança dos portugueses". Estas são as promessas que deixou para conquistá-los

Idosos

  • Valorizar as pensões “seguindo os critérios da lei”
  • Aumentar o valor de referência do complemento solidário para idosos para 820 euros “numa primeira legislatura”
  • Aumentar o valor de referência do complemento solidário para idosos para “ser igual ao salário mínimo nacional numa segunda legislatura”.
  • Apoiar a “100%” na compra de medicamentos em situações de insuficiência económica para tratamento de patologias crónicas

Saúde

  • Definir de “plano de emergência” para o SNS nos “primeiros 60 dias” do mandato. Plano será executado em 2024 e 2025
  • “Redefinir a rede de urgências e o sistema de incentivos a todos os profissionais”
  • Assegurar, nos cuidados de saúde primários, consulta no próprio dia para situações de doença aguda
  • Acabar, até ao final de 2025, “com listas de espera que excedem o tempo máximo garantido”
  • Atribuir vouchers para consultas e cirurgias de especialidade “sempre que se atinja o tempo máximo de resposta”
  • Garantir enfermeiro e médico de família “a todos os utentes” até ao final de 2025
  • Implementar a teleconsulta como “alternativa”, quando possível, para consultas de medicina familiar
  • Reforçar médicos de família com recurso a profissionais “que estão aposentados e disponíveis” e ao setor privado e social

Jovens

  • Descer taxa de IRS para um “máximo de 15%” para jovens “até aos 35 anos”
  • Isentar de IMT e imposto de selo a compra da primeira habitação
  • Apoiar a compra da primeira casa, permitindo um “financiamento bancário de 100% do valor de aquisição”: Estado dá “garantia” na parte necessária

Educação

  • Decidir a reposição do tempo de serviço dos professores nos primeiros 60 dias de governo: modelo gradual de 20% durante cinco anos
  • Criar avaliações no final de cada ciclo de ensino
  • Dar condições às escolas para acolhimento de alunos estrangeiros
  • Implementar acesso gratuito universal para creches e ensino pré-escolar

Impostos, Salários e Empresas

  • Descer o IRS para a “classe média”
  • Isentar de contribuições e impostos os prémios de desempenho: limite seria o valor de um vencimento mensal. É um “15º mês não tributado” para premiar “o mérito”
  • Baixar o IRC para “criar nova dinâmica” e “atrair o investimento”

Polícias

  • Promover valorização do estatuto remuneratório. Não define o valor “agora”

Um discurso de fortes ataques ao PS: Pedro Nuno é imaturo, incompetente, mentiroso

A intervenção de Luís Montenegro foi rica em críticas ao PS e a Pedro Nuno Santos, para vincar as diferenças entre projetos.

“Acabou por cair um dos governos mais incompetentes que temos em Portugal”, definiu. E, juntou, António Costa “saiu por incompetência, por incúria, por perda de autoridade política”.

Montenegro quis afirmar-se como o garante de uma “competência” partilhada por toda a Aliança Democrática, em contraste com o novo secretário-geral socialista.

“O Governo não é um laboratório de experiências. Não se governa com repentismos, com ziguezagues, com ligeireza, com voluntarismos imaturos”.

“Portugal precisa de competência, não precisa de aparência”, atirou também com Pedro Nuno Santos na mira, que acusa de querer governar “apenas para perpetuar o seu partido no poder”, prometendo “tudo a todos” e “enganando as pessoas de forma intencional e imatura”.

"Sei que apesar de todas as tentativas, os portugueses não se vão deixar levar e enganar por jogadas de eleitoralismo infantil e pelo disfarce da incompetência recente", rematou.

(Lusa)

Santana Lopes, convidado de honra, fez revelação sobre Passos

Antes de Luís Montenegro, foi Pedro Santana Lopes quem subiu ao palco. E, para descartar as críticas de falta de experiência governativa feitas ao atual presidente do PSD, acabou por fazer uma confissão.

“Vou confessar um pecado. Quando Pedro Passos Coelho foi escolhido e eleito, eu não acreditava nele. Juro. Ele também não gostava muito de mim”.

Para concluir: “Como eu tive de engolir o que disse”. Santana Lopes destacou a “admiração” pela “capacidade” e “competência” do ex-primeiro-ministro.

A intervenção de Santana Lopes havia de começar também com uma referência indireta a Passos Coelho, cuja ausência nesta convenção da Aliança Democrática tem alimentado muito burburinho.

"Confesso, a mim o Luís Montenegro, convidou-me". Santana Lopes fez questão de concretizar que era uma resposta a Leonor Beleza, que dizia ter vindo por vontade própria. “Ninguém me convidou. Este não é um tempo de cerimónias”, afirmou a presidente da Fundação Champalimaud.

"Montenegro vai gerindo como convida cada ex-líder. São, de facto, muitos", rematou Santana Lopes.

Santana Lopes também usou o despedimento do treinador Mourinho para fazer uma comparação com o PS: “Os governantes do PS, podemos dizer tudo deles, menos que são os melhores do mundo, da Europa ou do país. Falharam tanto os resultados que é óbvio que têm de ser substituídos”, disse.

(Lusa)

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