FC Porto-Rayo Vallecano, 1-1 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Dragão, Porto
29 jul 2023, 21:09

Namaso salva a face do Dragão

Há coisas por afinar a dez dias do arranque oficial da temporada.

Essa é a primeira grande conclusão que o FC Porto pode retirar do empate contra o Rayo Vallecano, no jogo que serviu de apresentação do plantel aos adeptos. Mais do que resultado, importa olhar para que os dragões foram capazes de fazer e para o que há por melhorar.

Até ao minuto 82, altura em que Álvaro García fez o 1-0, o resultado era lisonjeiro para o conjunto espanhol. Os portistas criaram mais e melhores ocasiões de golo, falharam um penálti e acabaram por ser surpreendidos num lance de contra-ataque. O golo tardio de Namaso, a passe de Baró, acabou por dar (alguma) justiça ao marcador.


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Há, porém, situações que têm de ser revistas a começar pela posição de lateral-direito. Sacrificar Pepê deve ser a exceção e jamais a regra, visto que o ataque portista perde mais do que o que ganha com o brasileiro nessa posição.

De resto, a equipa continua fiel ao que mostrou sobretudo na temporada passada. Sérgio Conceição não utilizou o único reforço que recebeu no onze (Diogo Costa ficou de fora por precaução) e a equipa mostrou rotinas e jogadas que eram habituais no ano passado. Taremi jogou várias vezes em apoio e foi assim que lançou Galeno para o primeiro remate enquadrado do FC Porto.

Por seu turno, o Rayo Vallecano tentou pressionar no campo todo e ter bola. Teve mais sucesso na segunda tarefa do que na primeira. O FC Porto conseguiu, de várias maneiras, quebrar a pressão contrária e numa dessas ocasiões, Galeno serviu Eustáquio que atirou ao lado em excelente posição.

Dimitrievski, o melhor em campo, começou a abrir o livro ao minuto 38 com uma excelente defesa a remate de Pepê – é em terrenos adiantados que o brasileiro pode fazer a diferença. Apesar de ter conseguido as melhores oportunidades de golo, o vice-campeão nacional não entusiasmou na primeira parte.

Era difícil, ainda assim, a exibição corresponder ao que se passou nos 30/35 minutos que antecederam o pontapé de saída. Ainda antes do jogo começar, o «speaker» do Dragão anunciou a chegada de Nico González para o primeiro grande aplauso da tarde e depois, foi a vez do FC Porto prestar o devido tributo a Radamel Falcao, um dos maiores goleadores que passou pelo clube e por Portugal.  

Mais ritmo, mais intensidade, mais ligação de jogo. Foi assim que o FC Porto iniciou a segunda parte e remeteu o Rayo Vallecano ao seu último terço. Instantes após Taremi ter sido demasiado altruísta ao oferecer o golo a Eustáquio quando podia ter optado pelo remate, Zaidu foi derrubado dentro da área. Chamado a bater o penálti, o avançado iraniano permitiu a defesa de Dimitrievski.

Os dragões tinham o domínio do encontro e três minutos após a grande penalidade desperdiçada, Eustáquio e Taremi atrapalharam-se na área e perderam uma boa ocasião. De seguida, Conceição lançou Rodrigo Pinheiro, Namaso e Fran Navarro e o espanhol esteve perto do golo na primeira vez que tocou na bola.

O Rayo Vallecano conseguiu sair mais vezes em transição nos minutos finais e assustou Cláudio Ramos num remate de calcanhar de Sánchez (79m). A oito minutos do fim, os espanhóis concretizaram a ameaça e inauguraram o marcador por Álvaro García.

Mas coração não falta o FC Porto, especialmente desde a chegada de Sérgio Conceição. Os azuis e brancos procuraram o empate até final e foram recompensados por nunca terem desistido. No último lance do jogo, Romário Baró cruzou para a finalização de cabeça de Namaso.

(Quiçá) Ponto final na pré-época, algumas questões por resolver no que respeita à construção do plantel e situações por afinar no Olival. 


 

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