"Provem que não sou honrada": há problemas dentro do PP espanhol

17 fev 2022, 17:03
Isabel Díaz Ayuso (EPA/Javier Lizon)

A presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, acusou o presidente Partido Popular (PP), Pablo Casado, de a querer "destruir de forma cruel e injusta" com acusações sem provas. E lamenta que o seu próprio partido lhe faça isso

Numa declaração à imprensa sem direito a perguntas, que decorreu na Real Casa de Correos, Ayuso disse que o partido conservador elaborou uma campanha de difamação contra ela, que inclui a investigação sobre um contrato público de um milhão e meio de euros com o governo regional, assinado em 2020, através do qual o irmão terá recebido uma comissão.

Na sua declaração, Ayuso exigiu provas sobre todas as acusações de que tem sido alvo. "Espero que a direção nacional do PP prove que eu obriguei a fazer um contrato com alguém, que prove que houve tráfico de influência, que houve irregularidades, que não sou honrada."

Ayuso disse ainda que aquilo que Casado e a sua equipa estão a fazer "é gravíssimo" e que está tudo relacionado com a sua candidatura no Congresso do PP. "O facto de os dirigentes do Partido Popular terem agido desta forma é gravíssimo (...). Não pode haver nada mais grave do que acusar alguém da sua própria casa, com responsabilidades de governo, de corrupção e fazê-lo sem provas e metendo pelo meio a família (...). Que a oposição me ataque faz sentido, agora que a direção do meu próprio partido o faça porque me quero apresentar ao congresso do PP em Madrid é absurdo". 

O contrato público em causa diz respeito à compra de máscaras por parte do Ministério da Saúde durante a primeira vaga da pandemia de covid-19 a uma empresa cujo presidente era amigo de infância de Isabel Díaz Ayuso. A direção nacional do PP garantiu que tinha informações de que o contrato seria ilegal mas que não tinham "suporte documental" de que o irmão da presidente de Madrid teria agido como intermediário e, por isso mesmo, recebido uma comissão de 286 mil euros.

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