«Fair-play financeiro? Haverá coima, Pinto da Costa esconde a realidade aos sócios»

22 abr, 23:59
André Villas-Boas (JOSE COELHO/LUSA)

Villas-Boas assegura que o FC Porto está em «incumprimento», critica o contrato com a Ithaka e diz que o presidente «está refém de João Rafael Koehler»

André Villas-Boas demonstrou preocupação com a atual situação financeira do FC Porto e também criticou o contrato celebrado para a exploração comercial do Estádio do Dragão contratualizada recentemente entre a SAD e a Ithaka.

«[O FC Porto] está em incumprimento, é a informação que temos. Haverá uma coima. Isto revela um presidente que esconde a realidade aos sócios, sabe que essa coima e suspensão existe, mas não quer dizer. Em segundo [lugar], será mais um fator de pressão para esta direção, se for eleita», disse o antigo treinador e candidato a presidente dos dragões.

Villas-Boas considera que a exploração comercial do Dragão vale mais do que 65 milhões de euros e assume que desconhece a possibilidade de rescindir o contrato até 1 de julho.

«Estou disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho. Desconhecemos esse acordo. Não sei se o presidente está bem consciente sobre se há cláusulas penais relacionadas com a rescisão imediata. Se ele diz que não há, é um bom sinal para o FC Porto, porque é um sinal de renegociação com o parceiro. Isso seria muito bom», frisou.

O antigo treinador deixou também duras críticas a João Rafael Koelher, candidato a vice-presidente pela lista de Pinto da Costa.

«Pinto da Costa está refém de João Rafael Koehler e da quantidade de investidores que empresta dinheiro ao clube. Este candidato Pinto da Costa não é o mesmo com a força, carisma e determinação que conhecemos. É outro, está refém deste fundo e destes investidores que lhe foram emprestando dinheiro para poder pagar salários, agentes e fornecedores. Só o candidato a vice da lista A é que tem acesso a toda a informação de taxas de juro, das que ele próprio cobra e de todas as outras a que o FC Porto se contrai. Nós não temos acesso, se bem que temos pedido», destacou.

Villas-Boas assumiu que, se for eleito, terá de haver «uma boa balança de portismo» para ver os reais interesses de Koehler ao negociar com o clube. Além disso, quanto à Academia na Maia, mostrou-se «disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho para o FC Porto», de forma a que não se atrase novamente numa obra.

Villas-Boas garantiu que a violência na Assembleia-Geral, «jamais acontecerá» se for eleito presidente e, no que toca às claques, prometeu uma «regulamentação nova» para corrigir «falhas evidentes na bilhética».

«A minha intenção é tornar o FC Porto assistente nos dois processos abertos no MP, as agressões aos sócios na AG e o caso da bilhética. Vamos ver a que conclusões chegamos», adiantou.

O candidato a presidente do FC Porto, nas eleições de 27 de abril, garantiu que quer manter «conversas» com Rui Costa e Frederico Varandas «para criar o melhor produto» e não estar afastado das «grandes decisões estruturantes do futebol português».

«Todos os clubes precisam de bons rivais e é preciso lutar pelo bem comum do futebol português», frisou, tendo ainda assumido que não sabe onde se vai sentar no clássico de domingo, dia seguinte às eleições.

«É uma boa pergunta, em caso de vitória interessava saber. Temos de levar as coisas com calma e esperar pelo ato eleitoral, pela contagem, fazer as devidas homenagens às outras candidaturas e decidir. Aqueles meus lugares anuais estão lá e não é impossível que dia 28 me sente lá», rematou.

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