Iniciativa Liberal acusa PS e PSD de "incompetência" na contagem dos votos da emigração

Agência Lusa , BMA
10 fev 2022, 20:04
O presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo (D), após reunir com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

“Já em 2019 o PSD conseguiu a anulação de 34 mil votos de emigrantes”, recordou João Cotrim Figueiredo

A Iniciativa Liberal acusou esta quinta-feira PS e PSD de “grave incompetência na contagem de votos da emigração”, na qual foram considerados nulos 157 mil votos, insistindo na revisão urgente da lei eleitoral para evitar que volte a acontecer.

“A Iniciativa Liberal repudia mais um inaceitável momento de incompetência do Estado português, que desrespeita de forma grave os portugueses no exterior, e quer rever urgentemente a lei eleitoral para evitar um processo semelhante nas próximas eleições”, pode ler-se numa nota enviada à agência Lusa pelo partido de João Cotrim Figueiredo.

Em causa está o facto de mais de 80% dos votos dos emigrantes do círculo da Europa nas legislativas de 30 de janeiro terem sido considerados nulos, após protestos do PSD, mas a distribuição de mandatos mantém-se, com PS e PSD a conquistarem dois deputados cada nos círculos da emigração.

De acordo com a Iniciativa Liberal (IL), os “partidos tradicionais do sistema não se mostraram capazes de resolver um problema que se tem arrastado e que diminui a qualidade da democracia e a liberdade política em Portugal”.

“Já em 2019 o PSD conseguiu a anulação de 34 mil votos de emigrantes”, recordou.

A IL acusou, por isso, “os dois maiores partidos, PS e PSD, de incompetência na contagem de votos da emigração”, considerando que “os dois partidos, através dos seus acordos com interesses próprios, conduzem inevitavelmente a um Estado que funciona muito mal, falhando de forma grave nas suas competências mais básicas e exclusivas”.

“Temos um país que estimula as pessoas a emigrarem e depois não só torna muito difícil que consigam votar como ainda desconsidera muitos dos votos que recebeu, um país que anula votos em eleições”, criticam os liberais.

O PS decidiu não recorrer da anulação de mais de 157 mil votos de emigrantes para evitar “mais perturbação”, disse à Lusa o deputado Paulo Pisco, que considera a situação “totalmente inaceitável” e “absolutamente evitável”.

Segundo o edital publicado esta quinta-feira sobre o apuramento geral da eleição do círculo da Europa, de um total de 195.701 votos recebidos, 157.205 foram considerados nulos, o que equivale a 80,32%.

Em causa estão protestos apresentados pelo PSD após a maioria das mesas ter validado votos que não vinham acompanhados de cópia da identificação do eleitor, como exige a lei.

Como esses votos foram misturados com os votos válidos, a mesa da assembleia de apuramento geral acabou por anular os resultados de dezenas de mesas, incluindo votos válidos e inválidos, por ser impossível distingui-los uma vez na urna.

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