PJ garante que operação na Madeira "não foi, em momento algum, comprometida"

CNN Portugal , BCE
30 jan, 14:39

O diretor-geral da PJ esclarece todas as dúvidas em relação às buscas efetuadas na Região Autónoma da Madeira, que envolveram cargos políticos e públicos, incluindo o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado

O diretor-geral da Polícia Judiciária (PJ) garante que as buscas que ocorreram na Madeira na sequência de suspeitas de corrupção não foram comprometidas, tendo sido efetuadas com "completo sigilo e com total respeito pelo segredo de Justiça".

Em conferência de imprensa, Luís Neves quis "repor a verdade" tendo em conta as "notícias falsas vindas a público" sobre as buscas na Madeira. "A operação [na Madeira] não foi em momento algum comprometida. A ação da PJ foi, nas 130 buscas que cumprimos, eficaz a 100%, uma vez que nenhum dos locais ou dos visados foi antecipadamente alertado", vincou aos jornalistas.

O responsável indica que "a necessidade de realização desta operação foi planeada no final de setembro passado", tendo sido emitidos 107 mandados de buscas a cumprir na Madeira e 25 em Portugal Continental.

Para dar início à operação, acrescenta Luís Neves, os elementos da PJ viajaram sozinhos para a Madeira, "sem o Ministério Público" e "sem jornalistas". "O transporte dos investigadores foi preparado entre a PJ e o Estado-Maior da Força Aérea no mais completo sigilo e com total respeito pelo segredo de Justiça".

O diretor-geral da PJ desmentiu que tivessem sido mobilizados 300 inspetores em aviões para aquela região autónoma. "No âmbito do protocolo de cooperação existente entre forças de segurança e forças armadas, decidiu a PJ deslocar 140 inspetores e 10 especialistas da polícia científica, não 300 inspetores", vincou.

Luís Neves sublinha que a "a PJ não se revê na fuga de informação" e assegura que "a comunicação social não teve antecipadamente conhecimento da operação e não acompanhou nenhuma das buscas realizadas".

Reiterou desconhecer a abertura de qualquer inquérito por eventual violação do segredo de justiça ou a existência de “batalhões de jornalistas” na Madeira, mas reconheceu que a divulgação de diligências seria uma questão de tempo face à dimensão e ao número de alvos de buscas: 107 na região autónoma e 25 no continente.

"Numa ação desta envergadura, mais tarde ou mais cedo as pessoas saberão. Nós todos, do ponto de vista da PJ e do MP, devemos ficar satisfeitos pela eficácia de uma ação desta natureza", frisou, sem deixar de assinalar que com a PJ nunca houve câmaras de televisão a acompanhar buscas desde as 07:00 da manhã: "Pensamos que a discrição foi conseguida. Das largas dezenas de buscas, nenhuma foi acompanhada por vós".

A realização da conferência de imprensa foi justificada por Luís Neves por entender que "estava a ser colocada em causa a idoneidade desta operação". Assegurou que a mesma não tem nome por sua decisão e recusou assumir um horizonte temporal para a conclusão da investigação.

"Esta operação permitiu a salvaguarda da investigação e colocar à disposição do Ministério Público toda a prova apreendida em 48 horas, algo que nunca teria acontecido se a opção fosse viajar em voos comerciais", reforçou, assegurando que os ‘timings’ das investigações “não se compaginam com especulações mediáticas".

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