PJ fez mais de 100 diligências na investigação de corrupção no Consulado de Portugal no Rio de Janeiro. Há dez arguidos

Agência Lusa , AM - notícia atualizada às 12:58
27 nov 2023, 09:09
PJ

 

 

 

As buscas da Operação "Agendódromo" decorreram em Portugal, na cidade de Lisboa, e no Brasil, no Rio de Janeiro e em Saquarema

A Polícia Judiciária participou em buscas em Portugal e no Brasil, num caso que investiga suspeitas de corrupção no Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro e envolve um esquema de legalização ilícita de documentos para obtenção de nacionalidade portuguesa. Cerca de 10 pessoas, portugueses e brasileiros, foram constituídas arguidas na investigação.

Em comunicado, a PJ explica que os inquéritos investigam suspeitas dos crimes de corrupção passiva e ativa, participação económica em negócio, peculato, acesso ilegítimo, usurpação de funções, abuso de poder, concussão, falsificação de documentos e abuso de poder.

As buscas da Operação "Agendódromo" decorreram em Portugal, na cidade de Lisboa, e no Brasil, no Rio de Janeiro e em Saquarema, como a CNN Portugal noticiou a 7 de novembro.

“Foram realizadas mais de 100 diligências de recolha de prova pessoal (inquirições e interrogatórios)”, acrescenta a nota.

Em comunicado, a PJ revela ainda que "participaram na operação, em território brasileiro, em colaboração com a Polícia Federal, 21 investigadores da UNCC e 2 peritos informáticos da UPTI, da Polícia Judiciária, acompanhados por duas Magistradas do Ministério Público do DIAP Regional de Lisboa", sendo que a operação contou "com a colaboração do Ministério dos Negócios Estrangeiros, designadamente, através de funcionários deslocados e que acompanharam as diligências em território brasileiro e, bem assim, do Consulado-Geral de Portugal, no Rio de Janeiro".

A PJ tem em curso investigações para desmantelar "esquemas de legalização e certificação ilícita de documentos para obtenção de nacionalidade portuguesa, atribuição de vistos, prestação de informações privilegiadas através da usurpação de funções, atribuições ilícitas de vagas de agendamento para a prática de atos consulares, bem como, de execução de atos consulares para os quais não existe habilitação legal e peculato de emolumentos".

À Lusa, fonte da PJ adiantou que os mandados de busca, apreensão e de constituição de arguidos foi executado quer pela PJ em território nacional, quer pela Polícia Federal no Brasil mediante pedido em carta rogatória das autoridades lusas.

Quanto às pessoas ligadas ao Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro que foram constituídas arguidas, a mesma fonte precisou que umas têm nacionalidade portuguesa, outras brasileira, havendo também arguidos com dupla nacionalidade.

De acordo com a mesma fonte, a investigação partiu de uma denúncia (que não quis identificar) que motivou a abertura de dois inquéritos-crime, um de 2022 e outro de 2023.

A fonte da PJ revelou que foi durante a investigação que se apurou que chegavam a Portugal vários cidadãos brasileiros com "cadastro limpo", mas que afinal têm antecedentes criminais, estando o Consulado Português no Rio de Janeiro a servir de "porta de entrada".

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