Combustíveis mais baratos foram os que mais subiram. Veja os preços antes e depois da invasão da Ucrânia

22 mar 2022, 17:51
Evolução do preço médio diário desde a invasão da Ucrânia pela Rússia

Na montanha russa desde o início da invasão, preços já oscilaram entre grandes subidas e descidas. Veja os que mais encareceram

Depois de duas grande subidas e uma grande descida de preços, em três segundas-feiras consecutivas (ver imagem de cima), os combustíveis estavam esta segunda-feira 6 a 11% mais caros do que estavam antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. No mesmo período, o petróleo subiu mais de 22%.

Numa análise comparada entre os preços médios praticados no dia 23 de fevereiro, véspera da invasão, e 21 de março, a segunda-feira em que os preços desceram bastante (mas não tanto como o governo chegou a estimar), confirma-se que os preços vendidos em Portugal continuam substancialmente acima do que estavam.

Isso verifica-se sobretudo nos combustíveis “mais baratos”, tanto em cêntimos como em percentagem.


Estes são os preços médios de venda ao público em Portugal continental praticados no dia 23 de fevereiro e ontem, segunda-feira, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia. Sendo preços médios, há postos com valores superiores e outros inferiores. Mas estes são suficientes para aferir os aumentos médios.

É nos gasóleos que se verifica um aumento maior, na casa dos 18,5 cêntimos, o equivalente a mais 11% do que antes da invasão. Já as gasolinas simples estão cerca de 6% mais caras, entre à roda de 10 e 11 cêntimos por litro. O mesmo aumento percentual, sensivelmente, tiveram as gasolinas 98, na casa dos 6 a 7%, ou entre roda de 12 e 13 cêntimos.

Note-se que, a 23 de fevereiro, o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) era superior ao praticado a 21 de março. Para atenuar a escalada dos preços dos combustíveis, o governo criou um mecanismo de neutralidade fiscal, em que compensa cada aumento de receita do IVA por litro com uma descida de igual valor no ISP. Apesar de os combustíveis terem descido esta segunda-feira, o governo não voltou a subir o ISP.

Se a 21 de março o Estado cobrasse o mesmo ISP que cobrava a 23 de fevereiro, o gasóleo simples estaria cerca de 2,6 cêntimos e a gasolina simples 95 cerca de dois cêntimos mais caros por litro.

Estes aumentos de preços estão associados a outra montanha russa, a da cotação internacional do petróleo, que tem revelado grande volatilidade desde o início da invasão. No dia 23 de fevereiro, véspera da invasão, o petróleo Brent fechara a 94 dólares. Desde então, teve grandes oscilações, chegando a topar quase 140 dólares no dia 7 de março. Voltaria a descer abaixo dos 100 dólares pouco mais de uma semana depois, para fechar esta segunda-feira, 21 de março, nos 115,62 dólares. Hoje, terça-feira, já oscilou entre os 113 e os 119 dólares por barril.

Olhando para o gráfico no início deste texto (da Direção-Geral de Energia e Geologia), percebe-se que também os combustíveis têm tido grandes variações. 

Na semana passada, o preço médio do gasóleo simples chegou a estar nos 1,991 euros, mais 33 cêntimos do que antes da invasão; e o da gasolina simples atingiu o cume de 2,037 euros, mais 22 cêntimos que antes da guerra.

 

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