Polícia prende no Peru 300 pessoas de grupo ligado à extorsão na América do Sul

Agência Lusa
13 jan, 07:59
Peru (Associted Press)

Pais dos detidos chegaram ao local onde funcionavam os centros de comunicação e garantiram que os seus filhos não participavam em atividades ilícitas e apenas faziam chamadas para cobrar empréstimos.

Uma operação policial contra uma suposta organização criminosa dedicada ao crime de extorsão em toda a América do Sul levou à detenção de cerca de 300 pessoas na capital do Peru, Lima, na sexta-feira.

"Este é um número bastante grande de pessoas que serão investigadas. Até agora, pelo menos 300 pessoas foram detidas", disse o Comandante da Polícia Nacional do Peru (PNP), general Jorge Angulo, numa conferência de imprensa.

O responsável disse que a operação, realizada em conjunto com o Ministério Público, permitiu a intervenção em “um centro de gestão de informação sem precedentes”, operado por “uma organização criminosa com impacto a nível sul-americano”.

“Estamos a falar de uma organização criminosa que recruta aqui [no Peru] pessoas para trabalhar neste ‘call center’, num centro de comunicações, onde cidadãos peruanos e estrangeiros, especialmente de países vizinhos, podem ser extorquidos através de chamadas e mensagens”, indicou Angulo.

O líder do PNP acrescentou que a atividade ilícita “pode envolver cerca de sete mil pessoas extorquidas sob diversos métodos, através de redes [sociais], telemóveis ou outros mecanismos de telecomunicação”.

O Ministério Público (MP) peruano detalhou, por sua vez, que a operação foi realizada em três propriedades localizadas nos bairros de Lince, San Isidro e Cercado de Lima e que permitiu a prisão de 13 supostos dirigentes da quadrilha criminosa, incluindo o alegado líder.

Além disso, foram apreendidos cartões para telemóveis, equipamentos móveis, discos rígidos de computadores, notebooks e outros equipamentos eletrónicos.

O MP disse acreditar que esta organização extorquia cidadãos através de chamadas telefónicas e mensagens ameaçadoras, depois de lhes ter emprestado dinheiro através de uma aplicação móvel.

A imprensa local publicou imagens de agentes policiais a entrar em vários prédios da capital peruana, a partir do meio-dia de sexta-feira (18:00 em Lisboa), onde dezenas de pessoas foram detidas e levadas em autocarros para esquadras policiais para identificação e interrogatório.

Pais dos detidos chegaram ao local onde funcionavam os centros de comunicação e garantiram que os seus filhos não participavam em atividades ilícitas e apenas faziam chamadas para cobrar empréstimos.

“A minha filha de 29 anos foi detida. Ela estava simplesmente a ganhar dinheiro. Eles são funcionários. Os que devem prender são os donos desses call centers”, declarou uma das mães ao jornal La Republica.

Outro pai disse que a empresa parecia ser legal e até fez um processo de seleção que exigia a apresentação dos antecedentes criminais dos candidatos, que faziam chamadas de cobrança como outras empresas do setor financeiro.

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