António Costa avisa que vêm aí "quatro anos duros e exigentes"

Agência Lusa , MJC
25 nov 2022, 22:50

Os portugueses atribuíram ao PS “um mandato de enorme responsabilidade – uma responsabilidade que o partido tem de cumprir, assumir e traduzir em resultados”, disse Costa no evento de comemoração do sete anos de governação socialista

O secretário-geral socialista avisou esta sexta-feira que os próximos quatro anos vão ser duros e exigentes, citou Mário Soares quando definiu o PS como “o partido da concórdia nacional” e prometeu diálogo político e social.

Esta linha de atuação foi transmitida por António Costa no encerramento da sessão evocativa de sete anos de governos socialistas por si liderados, que decorreu na Estação Fluvial do Terreiro do Paço, em Lisboa.

“Temos mais quatro anos pela frente – e quatro anos que vão ser duros e muito exigentes, onde ano após ano teremos de fazer o que estamos hoje aqui a fazer: Prestar contas, porque os portugueses não nos passaram um cheque em branco”, afirmou, numa alusão ao atual quadro político de maioria absoluta do PS.

Pelo contrário, de acordo com o primeiro-ministro, os portugueses atribuíram ao PS “um mandato de enorme responsabilidade – uma responsabilidade que o partido tem de cumprir, assumir e traduzir em resultados”.

“Governamos em maioria, mas em 2023 vamos assinalar os 50 anos da fundação do PS. Devemos recordar o nosso ADN. No nosso ADN está uma expressão com que Mário Soares definiu o PS: É o partido da concórdia nacional. Por isso, a nossa maioria respeita e coopera solidariamente com os outros órgãos de soberania”, apontou.

António Costa disse ainda que o PS “convive bem com as autonomias regionais e reforçou a descentralização” para as autarquias.

“Não é pelo facto de termos maioria que não dialogamos com quem na Assembleia da República connosco quer dialogar. Por isso, durante o processo do Orçamento para 2023, aprovámos mais propostas da oposição do que a maioria anterior [PSD/CDS] tinha aprovado em quatro anos”, defendeu.

O secretário-geral do PS referiu-se neste contexto às abstenções do Livre e PAN no Orçamento, advogando que “não é por terem um deputado cada” que podem ser desvalorizados, “porque os partidos não se medem pelo número de deputados, mas pela sua capacidade de propostas pela positiva”.

“Além do diálogo parlamentar, é mais importante do que nunca, até para gerar confiança nestes tempos de incerteza, aprofundar o diálogo social”, assinalou a seguir António Costa.

O primeiro-ministro assinalou então o recente acordo de concertação social para rendimentos, salários e competitividade no horizonte dos próximos quatro anos.

“Também conseguimos um acordo com a função pública, que assegura a todos uma perspetiva de evolução plurianual, garantindo a valorização das carreiras e uma trajetória de melhoria dos rendimentos. Este é o PS que quer a concórdia nacional e, por isso, exercerá a sua maioria em diálogo na Assembleia da República e em negociação com os parceiros sociais”, acrescentou.

Costa afirma que Portugal está a crescer mais do que Alemanha, França e Espanha

O secretário-geral do PS apresentou hoje uma série de dados para sustentar que Portugal, no conjunto dos últimos sete anos, está a crescer mais do que França, Espanha e Alemanha, convergindo com a média da União Europeia.

Esta posição, que contraria a ideia de “Portugal carro vassoura” preconizada líder do PSD, Luís Montenegro, foi assumida por António Costa no encerramento da sessão evocativa de sete anos de governos socialistas por si liderados, que decorreu na Estação Fluvial do Terreiro do Paço, em Lisboa.

“Foram sete anos muito intensos, desde a ameaça de sanções contra Portugal, a necessidade de estabilização do sistema financeiro, sair do Procedimento por Défice Excessivo da União Europeia, enfrentar catástrofes naturais e uma pandemia, viver agora uma guerra e um ciclo de inflação como há 30 não se atravessava. Mas foram sete anos em que apresentámos resultados e deixámos marcas”, começou por sustentar o primeiro-ministro.

Em matéria de crescimento económico, António Costa defendeu a tese de que nos 15 anos anteriores a 2015 o país cresceu em média 0,2%, enquanto nos últimos sete “cresceu em média 2%, ou seja, dez vezes mais”.

Depois de assinalar que a taxa de desemprego baixou para menos de metade desde 2015 até ao presente, advogou que Portugal convergiu com a média da União Europeia em todos os anos dos seus governos, tirando o caso de 2020, quando o país teve o pico da pandemia da covid-19.

“Crescer acima da média significa aproximarmo-nos dos países mais desenvolvidos no quadro da União Europeia e, segundo a Comissão Europeia e as organizações internacionais, vamos continuar a crescer acima da média europeia em 2023 e em 2024. Quando crescemos acima da média europeia, nós aproximamo-nos mesmo dos países mais desenvolvidos, do pelotão da frente”, observou.

De acordo com os dados apresentados por António Costa relativos ao PIB per capita, desde 2015, a distância de Portugal relativamente a França diminuiu 2,6 pontos percentuais.

“Relativamente à Alemanha diminuiu 3,8 pontos percentuais e face à Espanha diminuiu mesmo 7,1 pontos percentuais. Sim, nós estamos a crescer mais do que a Alemanha, a França e Espanha e é em relação a esses países que nos estamos a aproximar”, disse, no final de um dia em que PSD, Iniciativa Liberal e Chega criticaram o executivo socialista pela perspetiva de Portugal ser em breve ultrapassado pela Roménia.

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