Nasceu o bebé da grávida com covid-19 ligada a ECMO no São João

13 jan 2022, 11:59

Santiago nasceu com 2.420 gramas e encontra-se bem de saúde. A mãe, infetada com covid-19 e não vacinada, estava grávida de 34 semanas e, desde sexta-feira, estava ligada ao dispositivo de circulação de oxigénio extracorporal

Nasceu esta quarta-feira o bebé da mulher grávida que está ligada ao dispositivo ECMO, no Serviço de Medicina Intensiva do Hospital de São João, no Porto, informou o hospital.

A mulher, infetada com covid-19 e não vacinada, estava grávida de 34 semanas e, desde sexta-feira, estava ligada ao dispositivo de circulação de oxigénio extracorporal, utilizado no tratamento de doentes em falência cardíaca ou pulmonar potencialmente reversível.

A equipa médica do hospital revelou que o rapaz, chamado Santiago, nasceu com 2.420 gramas e encontra-se bem de saúde. 

“Foi uma cesariana programada, houve todas as condições para receber o bebé com as medidas de segurança. Felizmente, o Santiago nasceu bem, a chorar, com bom peso para a idade gestacional de 2.420 gramas. Foi transferido para a Neonatologia e encontra-se muito bem, a respirar sozinho", afirmou directora de obstetrícia, Mariana Moucho.

O bebé foi testado à covid-19, tendo dado negativo, sendo “altamente improvável” que numa segunda testagem que vai ser feita dê positivo, sublinhou.

Henrique Soares esclareceu que o bebé terá alta hospitalar quando estiver em plena autonomia alimentar, ou seja, quando mamar sozinho. “Não está dependente da alta hospitalar da mãe”, adicionou.

Em declarações aos jornalistas, Mariana Moucho explicou que a decisão de realizar o parto foi uma questão de "pesar as vantagens e incovenientes" de o bebé continuar dentro da mãe, que se encontra "sujeita a esta medicação toda", e a vantagem que teria para a mãe "o facto de não ter a sobrecarga da gravidez”.

Roberto Roncon, diretor de medicina Intensivista do Hospital de São João, revelou ainda que a mãe do Santiago "continua com Covid-19 grave, com suporte respiratório extracorporal com ECMO", apesar de se encontrar acordada, "colaborante, bem-disposta, ainda tem uma insuficiência respiratória que faz com que precise do ambiente de Cuidados Intensivos".

Durante a madrugada de sábado, a equipa da unidade ECMO do São João foi chamada ao hospital de Penafiel, onde a grávida tinha dado entrada na véspera com insuficiência respiratória que se viria a agravar.

A doente manteve-se acordada e a colaborar enquanto está ligada à máquina.

"A doente foi-nos referenciada porque os níveis de oxigenação estavam em agravamento, apesar do suporte que estava a receber, sendo que apesar de tudo ainda não havia sinais de sofrimento fetal. A doente neste momento está confortável, colaborante, a acompanhar os exames que estão a ser feitos ao bebé. O seu prognóstico é reservado porque estamos a falar de uma doença grave, mas temos razões para ter esperança de que as coisas possam correr bem", explicou Roberto Roncon, coordenador de Medicina Intensiva do Hospital de São João.

Esta é a terceira grávida com covid grave que é tratada no São João com recurso ao ECMO. As duas primeiras conseguiram superar a doença. 

Neste momento o centro hospitalar do Porto tem 14 doentes covid em cuidados intensivos, cinco dos quais estão ligados ao ECMO.

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