O executivo da região prevê, entre outras medidas, a “alteração ao nível da testagem para aceder a eventos”, lembrando que foi determinado pela União Europeia que os voos oriundos do estrangeiro deixam de estar sujeitos a teste à covid-19
O Governo dos Açores vai “adequar” a região ao atual estado da pandemia de covid-19, acentuando a "responsabilidade individual" e mitigando medidas, anunciou esta sexta-feira o titular da pasta da Saúde.
Clélio Meneses, que se reuniu em Ponta Delgada com especialistas em saúde pública, com a presença de profissionais de saúde da toda a região e grupos parlamentares, declarou, numa visita ao centro de testagem da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, que “vão ser tomadas decisões nos próximos dias, no sentido de adequar as medidas ao atual estado da pandemia”.
As medidas a adotar “cada vez mais acentuam a responsabilidade individual”, a par da “mitigação de outras que, de alguma forma, constrangem as pessoas”, indicou o secretário regional da Saúde e Desporto.
O governante adiantou que vai ser possível alguma “alteração ao nível da testagem para aceder a eventos”, sublinhando que foi determinado pela União Europeia que os voos oriundos do estrangeiro deixam de estar sujeitos a teste à covid-19, bastando um certificado de vacinação válido ou de recuperação da doença.
Segundo Clélio Meneses, o “número imenso de casos (nos Açores) não corresponde à gravidade da doença, havendo, em termos de internamentos, 0,4 % de internados e em cuidados intensivos 0,04%”.
“Se tivéssemos a mesma proporção de internamentos que tínhamos há um ano, havia mais de 700 internamentos e em cuidados intensivos 256 pessoas”, frisou o responsável pela Saúde.
Meneses salvaguardou que isto “significa que há que orientar os recursos para o que é verdadeiramente importante”, ou seja, “os que precisam de cuidados hospitalares ou médicos”.
Clélio Meneses disse que 99,6% “não necessitam de cuidados hospitalares e grande parte estão assintomáticos ou com sintomas ligeiros”.
O secretário regional referiu que a plataforma informática para a covid-19, desenvolvida pelo Governo dos Açores, está a gerar a declaração de isolamento profilático nos casos positivos e o registo de autoteste, o que permitiu dar resposta a 25 mil pessoas que “não sobrecarregaram o sistema regional de Saúde”.
Clélio Meneses afirmou que estão já a ser ultimadas, devendo arrancar na próxima semana, outras duas modalidades na plataforma informática relativas a declarações de isolamento para os coabitantes e alta automática para assintomáticos ao quinto dia após a identificação da infeção por SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
Ainda é cedo para dizer que "está tudo normal", diz executivo dos Açores
O secretário regional da Saúde e Desporto considerou, por outro lado, que “ainda é cedo fazer a declaração que está tudo normal” e que os Açores “têm estado resguardados naquilo que é o impacto severo da pandemia, com menos óbitos por casos e habitantes”.
“Obviamente que há um aumento de casos, mas ainda temos capacidade instalada na região”, disse.
Clélio Meneses adiantou ainda que a vacinação para maiores de 18 anos vai ser antecipada para segunda-feira e que se “está naquele ponto de começar a preparar a fase que prescinde de todas as restrições”, em harmonia com o aconselhamento dos especialistas de saúde.
Os Açores totalizam esta sexta-feira 15.616 casos ativos.
A Autoridade Regional de Saúde diagnosticou 1.423 casos de covid-19 nas últimas 24 horas e duas mortes e 60 internamentos, mais quatro do que na quinta-feira, segundo o boletim divulgado esta sexta-feira.
De acordo com aquela entidade, estão hoje internadas 60 pessoas internadas nos Açores, dez das mais em cuidados intensivos, o que também representa mais quatro pessoas do que no boletim de quinta-feira.
Um único concelho português, o Corvo, nos Açores, está esta semana abaixo do nível máximo de incidência de contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2.
O município açoriano apresenta uma incidência cumulativa de 638 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias e permanece abaixo do patamar de 960 ou mais contágios por 100 mil habitantes em que se encontram os restantes 307 concelhos, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde.
