Central do Paços conta como é defrontar Jankauskas, Fehér e Nuno Gomes

18 out 2002, 16:22

João Armando conhece-os bem... O Porto-Benfica de domingo terá, nos pontas-de-lança, duelos curiosos. João Armando sabe do que fala.

Há várias maneiras de antecipar o F.C. Porto-Benfica deste domingo. Os trunfos de que cada uma das equipas dispõe são variados. Há quem aponte uma maior consistência colectiva aos dragões, concedendo aos «encarnados» fortes argumentos do meio-campo para a frente. E depois, claro, depois há aqueles imponderáveis que (quase) sempre surgem nos clássicos e acabam por ser decisivos.

Mas há um ponto em que portistas e benfiquistas têm curiosas semelhanças: no lugar de ponta-de-lança. Semelhanças em diversos aspectos. Primeiro, porque Fehér, que é do Benfica, jogava no F.C. Porto; Jankauskas, que é do F.C. Porto, actuava no Benfica. Depois, porque os dois pontas-de-lança «titulares» estão lesionados: Nuno Gomes é um nome fora do baralho para as Antas; Jankauskas permanece em dúvida.

Mas, afinal, o que distingue estes três nomes? O Maisfutebol falou um defesa-central, João Armando, do Paços de Ferreira, que em diferentes momentos se viu na necessidade de defrontar estes avançados. «São jogadores diferentes. O Jankauskas e o Fehér com características bastante idênticas, o Nuno Gomes bem mais rápido que os os outros dois, mas não tão possante fisicamente».

Escolher entre, os três, qual é o melhor é tarefa que João Armando se recusa a aceitar. A explicação é simples... «Depende de muitos factores. Para um defesa-central, é muito difícil marcar qualquer um deles». E é aqui que entra a experiência do defesa pacense: «Marquei o Fehér num Paços-Braga que ganhámos por 4-2. Foi um jogo muito especial, porque chovia torrencialmente e o campo estava muito pesado. São circunstâncias em que o Fehér responde bem, porque é muito forte. Ganhámos esse jogo, mas ele marcou dois golos».

De Jankauskas, as memórias de João Armando são bem piores. Na época passada, o Paços foi goleado na Luz, por 4-0, com o lituano a facturar por duas vezes: «Ele entrou já numa fase adiantada da partida e apontou dois golos. Mas não me coube a sua marcação directa, porque o nosso defesa-esquerdo, o Vitinha, saiu e fui adaptado a lateral-esquerdo». «Tanto o Jankauskas como o Fehér jogam bem de cabeça e valem-se do seu enorme poder físico», resume João Armando.

Um Boavista-Leiria já longínquo...

Sublinhadas as semelhanças entre Jankauskas e Fehér, quais serão, então, os pontos que distinguem o lituano do húngaro? João Armando considera que «Jankauskas surpreende ao jogar tão bem fora da área. O Fehér talvez seja mais mortífero na zona do golo».

Se Jankauskas e Fehér têm óbvias semelhanças, Nuno Gomes, outro avançado que João Armando conhece bem, marca pontos em aspectos bem diferentes: «Todos os defesas sabem que o Nuno Gomes é um dos avançados mais difíceis de marcar. Ele joga muito bem com os pés, sabe criar espaços e gosta de sair da área e criar desequilíbrios. É um jogador totalmente imprevisível». João Armando sublinha a necessidade de um central estar «muito bem fisicamente» para responder aos «imprevistos» que Nuno Gomes cria.

«Falo por experiência própria, porque há uns anos largos, estava o Nuno Gomes ainda no Boavista, e actuava no Leiria, coube-me a missão de marcar o Nuno Gomes, num ataque que ainda tinha o Jimmy Hasselbaink. Perdemos por 3-0...»

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