"Só digo uma coisa: se me atirarem com tinta, pagam a roupa": Pacheco Pereira avisa ativistas ambientais, diz que já foi ameaçado de que seria um alvo e espera que lhes paguem uma visita à ex-União Soviética

23 out 2023, 10:11

Comentador do programa "Princípio da Incerteza" condena formas de protesto protagonizadas pelo grupo Climáximo, que considera tratar-se de “crimes”

Pacheco Pereira considera que as formas de protesto de grupos como o Climáximo são contraproducentes e em nada servem os objetivos que dizem defender. “Principalmente quando esses protestos incluem agressões”, defendeu este domingo à noite na CNN Portugal, no programa "Princípio da Incerteza".

“Atirar tinta a um ministro, a uma personalidade qualquer ou partir vidros são agressões. São crimes. Em democracia, nada justifica. Não estamos num estado de subversão que justifique este tipo de medidas”, sublinhou o comentador.

Pacheco Pereira denuncia que já recebeu ameaças que se dissesse isso publicamente iria também ser um dos alvos e deixa um aviso. Uma afirmação secundada por Alexandra Leitão, que diz que também já recebeu a mesma ameaça. “Só digo uma coisa: se me atirarem com tinta, pagam a roupa. O resto… mas a roupa pagam de certeza. Primeiro porque não tenho muita e depois porque prefiro gastar dinheiro em livros e outras coisas”, avisa Pacheco Pereira.

Contactado pela CNN Portugal, o comentador esclarece que as ameaças que recebeu chegaram por email e eram provenientes de elementos não identificados. Em momento algum, assegura Pacheco Pereira, atribui a autoria das ameaças ao grupo Climáximo. 

Para o comentador, os ativistas climáticos, “em muitos casos, escolhem os alvos errados” e deixam de fora “aqueles que mais estragam o ambiente”.

“Devia-se-lhes pagar uma viagem aos antigos países de leste e à União Soviética para eles perceberem realmente o que é a destruição, terrenos contaminados para não sei quantos anos, destruição das florestas, fábricas atuando de forma criminosa…”, diz.

Uma opinião secundada por António Lobo Xavier, que condena também a “condescendência com os protestos” e sublinha que “a agenda destes radicais é uma agenda económica”. “Não é apenas a atenção para as alterações climáticas. Querem um modelo económico e social diferente e é por isso que atacam as lojas na Avenida da Liberdade. São radicais de extrema-esquerda com um modelo utópico de uniformização social e coletivização. E é por isso que a esquerda e a extrema-esquerda lhes acham muita graça. E como essas bandeiras da esquerda hoje não valem nada, escondem-se esses objetivos atrás da ideia da proteção do planeta e das alterações climáticas, que é uma coisa a que as pessoas sensatas devem dar atenção”, analisa.

O grupo Climáximo tem protagonizado nas últimas semanas diversas ações violentas, que incluíram cortes de estradas, quebra de vidros de edifícios - como o da REN em Lisboa ou da loja da Gucci na Avenida da Liberdade, também em Lisboa -, o impedimento da descolagem de um avião que fazia a ligação entre Lisboa e Porto. O grupo Greve Climática Estudantil reivindicou a iniciativa levada a cabo na última sexta-feira e de que foi alvo o ministro das Finanças Fernando Medina, a quem foi atirada tinta verde, durante o encerramento de uma aula aberta sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

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