Valentín Barco: de Renault 12 para a elite do futebol argentino

8 fev 2022, 10:04
Valentín Barco (Getty Images)

Promissor lateral esquerdo do Boca Juniors tem apenas 17 anos

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

1.600 quilómetros por semana num Renault 12. Foi este o sacrifício que os pais de Valentín Barco decidiram fazer, durante algum tempo, para que o filho jogasse no Boca Juniors.

Recrutado pelo emblema xeneize quando tinha apenas nove anos, pelo mítico Ramón Maddoni, o esquerdino não ficou no alojamento do clube, pelo que era preciso fazer os 200 quilómetros que separam a cidade natal, 25 de Mayo, de Buenos Aires. Ida e volta, quatro vezes por semana.

Este esforço nunca seria em vão, mas ganha outro significado agora que Valentín está entre as maiores promessas do futebol argentino.

O lateral esquerdo tem apenas 17 anos, e uma semana antes desse aniversário, em julho de 2021, estava a fazer a estreia pela equipa principal do Boca Juniors, tornando-se assim o quarto mais jovem de sempre a ter essa oportunidade.

Somou três jogos logo nesse período, e desde então tem sido utilizado na equipa de reservas, mas com presenças regulares no banco da equipa principal.

Com um trajeto já assinalável nas seleções jovens da Argentina, «El Colo» faz já parte da equipa de sub-20, e acaba de ser incluído na primeira convocatória do novo responsável por este escalão, o ex-internacional Javier Mascherano.

Valentín Barco já é associado aos principais emblemas europeus, e em particular ao Manchester City, que ainda agora foi ao River Plate contratar o avançado Julián Álvarez.

Uma associação que faz todo o sentido, tendo em conta o perfil do esquerdino: um jogador que se destaca pela capacidade técnica e que é capaz de assumir vários papéis em campo. Tem um pé esquerdo de qualidade rara, talhado para uma equipa que queira controlar o jogo com bola e que privilegie um futebol apoiado, de combinações curtas, e uma progressão sustentada no terreno.

Embora não seja propriamente frágil em missão defensiva, é a capacidade ofensiva que o distingue. É no papel de lateral esquerdo que maior conforto revela, mas pode jogar mais à frente, pela linha, ou mesmo como médio interior.

Que canhota!

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