“Não entramos em nenhum simulacro de negociações” com o Governo, garante o BE

Agência Lusa , DCT
21 out 2022, 14:44
Pedro Filipe Soares (Lusa/António Cotrim)

Na análise de Pedro Filipe Soares, “é pelo menos incompreensível, à luz das posições públicas do BE”, que considerem que os bloquistas podem “ser parte de um orçamento que faz estas maldades à vida das pessoas”

O BE recusou esta sexta-feira contribuir para o “simulacro de negociações” que considerou ter sido a reunião com o Governo sobre o Orçamento do Estado, um documento “que mais parece feito pela direita”.

“O Governo, se quisesse políticas diferentes, tinha apresentado um orçamento diferente. O primeiro-ministro resumiu bem a forma de estar do PS: pode-se dialogar, mas depois o PS vota. O PS já apresentou o orçamento que quer, este diálogo não é mais do que isso, um simulacro para o qual nós não vamos contribuir”, disse aos jornalistas o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, à saída de uma reunião a pedido do Governo sobre o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Neste encontro, segundo o dirigente bloquista, o BE repetiu que este é “um orçamento que assume cortar pensões e salários”, considerando que “um orçamento de empobrecimento não pode ser uma solução num momento em que a crise se está a alastrar”.

“Desse ponto de vista não há nenhuma novidade em cima da mesa, apenas somamos a este argumentário aquilo que é obvio: não entramos em nenhum simulacro de negociações quando o Governo apresentou o Orçamento do Estado que mais parece feito pela direita num contexto de empobrecimento do país e não para salvar o poder de compra, as famílias do empobrecimento e garantir uma saída para esta crise”, criticou.

Na análise de Pedro Filipe Soares, “é pelo menos incompreensível, à luz das posições públicas do BE”, que considerem que os bloquistas podem “ser parte de um orçamento que faz estas maldades à vida das pessoas”.

“Não há mais nenhumas reuniões porque nós consideramos que elas não fazem sentido neste contexto em que o governo apresentou um orçamento mais próximo de um acordo com o PSD ou com a direita do que com o Bloco de Esquerda”, respondeu, quando questionado se ficaram novos acordos previstos.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares está a manter reuniões com representantes do PAN, Livre, Bloco de Esquerda e PCP sobre o Orçamento para 2023 com o objetivo de reforçar o diálogo com estas forças políticas.

Esta série de reuniões sobre a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023 foi transmitida à agência Lusa por fonte do executivo, que nada referiu sobre a eventual extensão destes encontros às forças políticas à direita do PS: PSD, Chega e Iniciativa Liberal.

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