O que fica do triunfo dos dragões.
O primeiro roundOs dragões aproveitaram uma das poucas oportunidades que tiveram no clássico
Os três pontos são sempre saborosos num jogo deste calibre e perante um adversário direto, mas quem esperava um domínio absoluto dos dragões e uma vitória expressiva e categórica por parte da equipa de Lopetegui cedo ficou defraudado
Aliás, o empate não seria um resultado tão injusto assim, embora, face ao maior volume de ocasiões criadas, sobretudo no segundo tempo, o cair dos três pontos para o lado dos da casa lhes assente bem
O Benfica que se apresentou no Dragão foi uma equipa arrumada, organizada e que se manteve fiel a grande parte das suas ideias mais recentes. Não houve temor em manter uma ala direita tão jovem, e o 4x4x2 apareceu firme, com a entrada – aí sim, súbita – de André Almeida, com zero minutos até aqui
Não foi pelo internacional português que as coisas correram mal defensivamente, mas a construção de jogo tornou-se, com o tempo, rarefeita e isso não é responsabilidade exclusiva da pressão dos dragões. Há ali um problema, visível para todos, que o treinador não sabe muito bem como resolver
Percebe-se que Rui Vitória diga – embora não o deva repetir muitas vezes, porque pode denunciar que até ele próprio tinha algumas dúvidas – que o Benfica está «vivo» depois do Dragão. Não sei se a palavra certa é essa, mas a imagem que deixa é que o rival não está assim tão distante, apesar de todo o investimento e aura criada
Os encarnados dominaram a primeira parte
O médio ex-Guimarães é a solução para o que Herrera não acrescentava à equipa
Continuo a achar interessantíssima a disponibilidade de Nélson Semedo
Haverá quem, no final, critique Rui Vitória pelas substituições. A de Jonas, por Talisca, talvez tenha sido a que mereça menor compreensão
Não estava.
O FC Porto não foi tão dominador como certamente os adeptos e os próprios jogadores e treinador quereriam, mas conseguiu o seu primeiro objetivo
LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».