OCDE revê em baixa crescimento económico em Portugal para 2,2% este ano

Agência Lusa , PF
29 nov 2023, 10:07
Indústria

“A baixa confiança das empresas e das famílias, o crescimento global modesto e a elevada incerteza estão a travar a atividade, embora o mercado de trabalho restritivo apoie o crescimento dos salários e o consumo privado e a implementação do PRR impulsione o investimento”, destacou a OCDE em relatório

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa as previsões para a economia nacional, apontando agora para um crescimento de 2,2% para este ano, de 1,2% para 2024 e de 2% para 2025.

Segundo o relatório de atualização das perspetivas económicas, publicado esta quarta-feira, a organização reviu os valores, face aos apresentados em junho e nos quais apontava para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2,5% este ano e de 1,5% em 2024.

Estas previsões são abaixo das divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê um crescimento da economia portuguesa de 2,3% este ano e de 1,5% em 2024 e semelhantes às do Conselho das Finanças Públicas (CFP) de 2,2% para este ano.

“A baixa confiança das empresas e das famílias, o crescimento global modesto e a elevada incerteza estão a travar a atividade, embora o mercado de trabalho restritivo apoie o crescimento dos salários e o consumo privado e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsione o investimento”, destacou a OCDE, no relatório.

“Um reforço progressivo da procura externa apoiará as exportações em 2024-25”, indicou.

A OCDE destacou ainda que “a dívida pública continuará a diminuir e descerá para menos de 100% do PIB em 2025”, acrescentando que “uma despesa pública mais eficiente e um quadro orçamental reforçado contribuirão para fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

Ainda assim, "apesar de uma diminuição constante, a dívida pública em relação ao PIB continua a ser elevada” alertou a OCDE, referindo que “é necessário um forte crescimento, despesas mais eficientes e um quadro orçamental reforçado” para “fazer face às crescentes pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população e das necessidades de investimento”.

OCDE mantém previsões de redução da inflação

Quanto à inflação, a OCDE mantém as previsões de redução da inflação em Portugal para 3,3% em 2024, apontando agora também uma queda para 2,4% em 2025.

No relatório, a organização disse que à medida que os preços da energia e dos alimentos abrandam, assim como a procura de mão-de-obra, a inflação descerá de 5,5% este ano (5,7% na última atualização) para 3,3% em 2024 e 2,4% em 2025, perto da meta de 2% que o Banco Central Europeu quer atingir.

As previsões do Fundo Monetário Internacional apontam, por sua vez, uma redução da taxa de inflação para 5,3% em 2023 e para 3,4% em 2024.

Já o Banco de Portugal (BdP) reviu em ligeira alta a inflação para este ano e o próximo para 5,4% e 3,6%, sobretudo devido aos preços da energia, mas espera que a taxa continue a reduzir-se.

“A eliminação progressiva dos apoios à energia e à inflação e o elevado crescimento nominal do PIB [Produto Interno Bruto] contribuirão para manter os excedentes orçamentais e reduzir a dívida pública para cerca de 98% do PIB em 2025 (definição de Maastricht)”, destacou a OCDE, no relatório.

“O crescimento do emprego ou dos salários superior ao previsto apoiaria o consumo, mas também alimentaria a inflação”, alertou, sendo que “em contrapartida, as despesas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] poderão ser implementadas mais lentamente do que o projetado, o que implicaria um crescimento e uma inflação mais baixos”, segundo a organização.

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