IGCP coloca 1.784 ME em dívida a cinco, 10 e 28 anos

Agência Lusa , Isabel Patrício
14 fev, 12:07
Preços, dinheiro, euro, inflação, economia. Foto: Marijan Murat/picture alliance via Getty Images

O IGCP tinha anunciado para esta quarta-feira a realização de três leilões de OT com maturidades de cerca de cinco, 10 e 28 anos, com um montante indicativo entre 1.500 e 1.750 milhões de euros

O IGCP colocou esta quarta-feira 1.784 milhões de euros, acima do montante máximo indicativo, em Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades de cerca de cinco, 10 e 28 anos, respetivamente às taxas de 2,656%, 3,149% e 3,568%.

Segundo a página do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública na agência Bloomberg, em 'OT 1,95%' que vencem em 15 de junho de 2029 (cerca de cinco anos) foram colocados 453 milhões de euros à taxa de juro de 2,656% e a procura atingiu 693 milhões de euros, 1,53 vezes o montante colocado.

Em 'OT 2,875%' com vencimento em 29 de outubro de 2034 (cerca de 10 anos), o IGCP colocou 800 milhões de euros à taxa de juro de 3,149% e a procura cifrou-se em 1.034 milhões de euros, 1,29 vezes o montante colocado.

Nas 'OT 1%' com o prazo mais longo, designadamente com vencimento em 12 de abril de 2052 (cerca de 28 anos), o IGCP colocou 531 milhões de euros à taxa de juro de 3,568% e a procura totalizou 1.130 milhões de euros, 2,13 vezes o montante colocado.

O IGCP tinha anunciado para esta quarta-feira a realização de três leilões de OT com maturidades de cerca de cinco, 10 e 28 anos, com um montante indicativo entre 1.500 e 1.750 milhões de euros.

Sobre os resultados dos leilões desta quarta-feira, Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, sublinha que em janeiro Portugal tinha realizado um leilão triplo com maturidades diferentes das atuais, mas que no entanto, o prémio de risco de Portugal subiu no último mês, o que acaba por se traduzir em taxas mais elevadas em todas as maturidades e superiores às do leilão anterior.

"O movimento da curva de taxas de juro nacional, está associada às expectativas de cortes de taxas de juros do Banco Central Europeu", refere Filipe Silva, adiantando que "depois de um grande otimismo no final de 2023, o mercado tenta agora encontrar a taxa neutral à medida que os dados económicos vão sendo divulgados".

Filipe Silva considera que "as expectativas do mercado para os possíveis cortes de taxas para este ano têm vindo a mudar, o que acaba por se refletir nos prémios de risco de cada geografia".

"Não obstante esta subida do risco nacional, a mesma está alinhada com os movimentos de toda a dívida soberana europeia", diz o responsável do Banco Carregosa, adiantando que "Portugal tem vindo a conseguir reduzir o seu nível de endividamento face ao PIB e continua a ser o país da periferia com o 'spread' mais baixo face à Alemanha".

Em 24 de janeiro, o IGCP colocou 1.699 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, em OT com maturidades de cerca de cinco, 18 e 21 anos, respetivamente às taxas médias de 2,471%, 3,462% e 3,527%.

Em OT que vencem em 17 de outubro de 2028 (cerca de cinco anos) foram colocados 345 milhões de euros à taxa de juro média de 2,471% e a procura atingiu 953 milhões de euros, 2,76 vezes o montante colocado.

Em OT com vencimento em 11 de abril de 2042 (cerca de 18 anos), o IGCP colocou 675 milhões de euros à taxa de juro média de 3,462% e a procura cifrou-se em 961 milhões de euros, 1,42 vezes o montante colocado.

Nas OT com o prazo mais longo, designadamente com vencimento em 15 de fevereiro de 2045 (cerca de 21 anos), o IGCP colocou 679 milhões de euros à taxa de juro média de 3,527% e a procura totalizou 952 milhões de euros, 1,40 vezes o montante colocado.

Economia

Mais Economia

Patrocinados