Ataque do Azerbaijão ao Nagorno-Karabakh já provocou 27 mortos e mais de 200 feridos

19 set 2023, 18:40
Prédio danificado após um ataque das forças do Azerbaijão à cidade de Stepanakert, Nagorno-Karabakh (AP)

Um dos civis mortos era uma criança

Subiu para 27 o número de mortos em consequência da ofensiva que o Azerbaijão lançou esta terça-feira sobre o território do Nagorno-Karabakh, habitado por cerca de 120 mil arménios.

A informação foi adiantada pela provedoria dos direitos humanos da autoproclamada República da Artsakh, entidade política responsável pela administração do território.

Para além dos 27 mortos, dos quais dois são civis - e um é uma criança - , os ataques do Azerbaijão provocaram ainda mais de 200 feridos.

Ao início da noite no Cáucaso, o conselheiro de política externa do presidente do Azerbaijão afirmou que as tropas de Baku já conseguiram penetrar as linhas defensivas arménias, e avisou que a operação só terminará quando as forças arménias se retirarem da região do Nagorno-Karabakh.

"A intenção do Azerbaijão é encerrar um capítulo de animosidade e de confrontação. Já chega. Nós não podemos continuar a tolerar a presença de tais forças armadas no nosso território e também uma estrutura que, numa base quotidiana, desafia a segurança e a soberania do Azerbaijão", disse Hikmet Hajiyev, citado pela Reuters.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou em Nova Iorque o seu apoio à ação do Azerbaijão, ao dizer que é “inaceitável” que a região do Nagorno-Karabakh tenha um estatuto diferente do conferido pelo direito internacional.

“Em consequência das suas legítimas preocupações com a situação no terreno, que expressou repetidamente durante os quase três anos decorridos desde o fim da Segunda Guerra de Karabakh, não terem sido atendidas, o Azerbaijão foi forçado a tomar medidas que considera necessárias no seu território soberano", pode ler-se no comunicado emitido pelo governo de Ancara e citado pela Reuters.

Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.

A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.

Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.

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