Lobos vão defrontar os wallabies às 16h45 de domingo
João Mirra, treinador-adjunto da seleção portuguesa de râguebi, acredita que vencer a Austrália «pode acontecer» num dia mau do adversário, mas vincou que os lobos têm de colocar-se em posição de agarrar essa oportunidade.
«Se formos uma excelente versão nossa e apanharmos uma Austrália num dia mau, pode acontecer. Mas o que nós queremos é estar numa situação de agarrar essa oportunidade. Se estivermos a 20 pontos no final do jogo, a Austrália até pode ter um deslize, mas nós não vamos estar em condições de ganhar», destacou o assistente do selecionador Patrice Lagisquet.
Em conferência de imprensa, no Parc des Sports de Perpignan, o técnico português frisou, nesse sentido, que o objetivo é «estar mais perto» dos australianos «até ao fim do jogo» para, «se houver essa oportunidade, agarrá-la», e garantiu que os portugueses têm «consciência» do ponto onde se encontram.
«Também sabemos que uma Austrália má pode ganhar a um Portugal bom. Mas não vamos ser hipócritas. Quando dizemos que queremos ser competitivos é para chegarmos ao fim do jogo em posição em que o consigamos ganhar», assumiu João Mirra.
Por isso, o técnico «recuperou» o encontro com País de Gales para lembrar que os lobos não foram «suficientemente eficazes nesse ponto» e permitiram «que o marcador de distanciasse» até ao desaire final por 28-8.
«Não conseguimos chegar ao fim do jogo com a possibilidade de o ganhar. E queremos fazer essa melhoria, mas isso tem muito mais a ver connosco do que com o adversário que temos à frente», comentou.
Ainda assim, lembrou que «a Austrália é uma nação poderosíssima do râguebi mundial» e que «nunca faltará respeito» de Portugal por estas equipas, por muito que possam estar a atravessar um mau momento de forma.
«Nunca faltará respeito da nossa parte, nem nos metemos em bicos de pés, pois isso, normalmente, corre mal. Nós até gostamos de ser underdogs [não favoritos], damo-nos bem e estamos confortáveis com isso. Vamos tentar fazer um passo à frente do que fizemos contra o País de Gales, mas só isso», concluiu o técnico adjunto de Portugal.
David Costa: «O nosso objetivo continua a ser ganhar um jogo»
Ao lado do treinador-adjunto, no final de um treino em que Jerónimo Portela e Rafael Simões participaram sem limitações, após terem feito «gestão de esforço» na quarta-feira, o pilar David Costa assumiu que «o objetivo de todos» os jogadores da seleção portuguesa «continua a ser ganhar um jogo», apesar de o próximo adversário ser a Austrália.
«É uma equipa extremamente física, uma das melhores seleções mundiais e vão querer mostrar que as derrotas com País de Gales e Fiji foram um engano. Têm jogadores de enorme qualidade, mas o nosso objetivo continua a ser ganhar um jogo», assumiu o primeira linha do Direito, que foi suplente utilizado frente a País de Gales e Geórgia.
A Austrália, de resto, até pode entrar em campo já afastada dos quartos de final, se as Fiji vencerem a Geórgia com ponto de bónus, no sábado, mas para o médio de formação João Belo isso não significa que os lobos fiquem com a vida facilitada.
«Depende da maneira como eles vão ver as coisas. Pode ser benéfico para nós, no sentido em que eles já não têm um objetivo maior. Mas, ao mesmo tempo, vão estar a jogar sem pressão, sem medos, por já não terem nada para conseguir, e isso pode ser pior», comentou o jogador do CDUP.
A seleção portuguesa de râguebi defronta a Austrália no domingo, às 16:45 (hora de Lisboa), em Saint-Étienne, em partida da quarta jornada do Grupo C do Mundial França2023.
Portugal folgou na primeira jornada da fase de grupos, antes de perder com o País de Gales, por 28-8, a 16 de setembro, e de empatar 18-18 com a Geórgia, no sábado.
Após defrontarem a Austrália, os lobos têm ainda encontro marcado com Fiji, a 8 de outubro.