Mundial 2022: Sérvia-Suíça, 2-3 (crónica)

2 dez 2022, 21:10

«Hello Old Friend»

A Suíça vai ser adversária de Portugal nos oitavos de final do Mundial 2022. Num jogo de loucos, os helvéticos tiveram mais sangue frio e derrotaram a Sérvia por 3-2.

Não passou a seleção mais talentosa, mas apurou-se a melhor seleção. Mitrovic, Jovic, Vlahovic, Sergej Milinkovic-Savic, Tadic, enfim, não falta qualidade na seleção dos Balcãs. Pena que a organização e a disciplina não acompanhem o talento.

Sem ter o mesmo talento, a Suíça agarra-se à inteligência e à organização e torna-se numa equipa muito fiável. 

O jogo prometia. Desde logo pelo que aconteceu no último confronto entre as duas seleções no Mundial 2018 e pela bandeira contra a independência do Kosovo exibida no balneário sérvio já durante este Campeonato do Mundo.

Dentro de campo foi só bola, como se costuma dizer. E ainda bem porque quem assistiu gostou do que viu. Depois de ter entrado para a última ronda no segundo lugar, os helvético nem precisavam de ganhar para assegurar o segundo lugar, mas optaram por jogar pelo seguro.

Depois de Milinkovic-Savic ter evitado que Embolo e Xhaka marcassem ainda no primeiro minuto, Shaqiri aproveitou o bom trabalho de Sow para rematar para o fundo da baliza contrária. A vantagem suíça durou seis minutos (26m). Culpa de Mitrovic - gesto técnico perfeito a desviar a bola de Kobel depois de um passe perfeito de Tadic.

A Sérvia é uma seleção capaz do melhor e do pior. Foi, por isso, sem surpresa que num ápice, a equipa de Dragan Stojkovic virou o jogo do avesso (35m). Dusan Vlahovic castigou um mau passe de Shaqiri e fez a reviravolta (2-1).

Mas lá está, os sérvios são capazes do melhor e do pior. O lance que dá o 2-2 a favor da Suíça reflete as fragilidades da equipa que obrigou Portugal a jogar um play-off para estar neste Mundial. Sow conduziu pelo corredor central, quatro dos cinco defesas contrários saíram à bola e o médio tocou em Widmer. Com tempo e espaço para executar, o lateral serviu de bandeja Embolo para o empate (44m).

O golo sofrido em cima do intervalo fragilizou a Sérvia. O golpe final foi aplicado por Freuler a abrir o segundo tempo. A jogada do conjunto de Yakin foi excelente: Shaqiri picou e Vargas tocou de calcanhar para o golo da equipa da Atalanta.

Embora faltasse muito tempo para o fim, a Sérvia jamais voltou a ser a seleção que foi na primeira parte. Encolheu-se, perdeu-se em campo e raramente chegou perto da baliza de Kobel - as saídas de Vlahovic, Tadic, Milinkovic-Savic também não ajudaram. 

A Suíça poderia ter ampliado a vantagem nos vinte minutos finais. Não seria injusto, diga-se. Os helvéticos vão ter pela frente um velho conhecido: Portugal. 


 

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