Antes de ir às compras e perder horas a olhar para os pacotes de bebidas vegetais, a tentar perceber qual a melhor, leia este artigo. Também será útil para as discussões com os amigos sobre o consumo de leite de vaca
Há muitos motivos para optar por uma bebida vegetal. Ser-se intolerante à lactose, vegano ou simplesmente querer uma alimentação mais variada são três deles. Até porque, ao longo dos últimos anos, estas opções multiplicaram-se nas prateleiras dos supermercados.
São produzidas ao juntar-se água a alimentos triturados, como frutos oleaginosos ou cereais. Mas será que nos fazem melhor do que o tradicional leite de vaca? É tudo uma questão de ponderar os pros e os contras, dizem as nutricionistas.
“As bebidas vegetais têm algumas vantagens, como a isenção de lactose, o teor reduzido de ácidos gordos saturados (com exceção da bebida de coco) e um maior teor de fibra”, explica Cristiana Brito, nutricionista do Hospital Lusíadas Amadora.
E apresenta o outro prato da balança, das desvantagens: “não são equivalentes ao leite de vaca, principalmente no que respeita ao teor proteico, que é inferior nestas bebidas”.
Leia os rótulos para tomar boas decisões
Antes de encher a despensa de bebidas vegetais, convém saber que não são todas iguais. “É preciso ter muita atenção à quantidade de açúcares presentes e à pouca percentagem do ingrediente dito principal” como a soja, a amêndoa ou a aveia, alerta a nutricionista Sónia Santos, da Clínica Ana Silva Guerra.
Para fazer escolhas melhores, deve “escolher a bebida que apresenta menor teor de açúcar e uma maior percentagem da oleaginosa ou cereal”. Atenção também aos níveis de gordura saturada.
Cristiana Brito aconselha mesmo a escolher uma bebida com o menor número de ingredientes. Quanto mais simples, melhor. “Se possível, somente água e o ingrediente a partir do qual é feita”.
O preço das bebidas vegetais também costuma ser superior ao do leite de vaca, o que pode ser visto como uma desvantagem.
Quais as melhores?
As duas nutricionistas apontam a bebida de soja como uma boa opção. Tem, segundo Cristiana Brito, “uma composição nutricional mais semelhante à do leite de vaca”, já que a soja é uma fonte natural de proteína. Sónia Santos realça que é “fonte de vitaminas e minerais, como a vitamina B2 e o ferro”. Mas, claro, convém sempre ter atenção aos níveis de açúcar e gordura em cada marca.
Já a bebida de amêndoas é descrita por Sónia Santos como “uma alternativa ao leite, com menos açúcar e rica em vitamina E e B1, bem como em gorduras saudáveis”.
A nutricionista apresenta ainda o leite de aveia como uma “opção cremosa e nutritiva, rica em fibras e vitaminas do complexo B”, “ótima para quem procura uma alternativa sem glúten”.
Fica a ressalva de que é praticamente impossível encontrar um alimento que só nos traga vantagens, mesmo que façam parte desta lista. E aqui segue um conselho de Sónia Santos: “Se tolera bem o leite de vaca e o bebe de forma moderada, não vejo porque deve parar. Caso não o tolere bem, experimente opções sem lactose e/ou a bebida de soja ou amêndoa. O truque é diversificar”.
Quais as piores?
Para responder a esta pergunta, a resposta não é linear.
“As bebidas vegetais que contenham açúcares e/ou óleos vegetais adicionados, ou que não tenham sido enriquecidas em vitaminas e minerais, são as que conferem menor benefício devido ao seu menor interesse nutricional”, aponta Cristiana Brito.
Nesse sentido, Sónia Santos aponta a bebida de arroz como uma opção menos interessante a nível nutricional, com um “teor de açúcares elevado e um baixo teor de proteína e outros nutrientes essenciais”.
A evitar também está a bebida de coco, porque, “além de ter um teor proteico muito baixo, é rico em gordura saturada, menos saudável”.
