MAI diz que divulgação de mensagens racistas e xenófobas exige "determinação e consequência"

Agência Lusa , DCT, atualizada às 18:53
17 nov 2022, 17:56
José Luís Carneiro (ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA)

O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de inauguração da escultura “Do Rigor o Devir”, no Museu da Polícia, em Lisboa

O ministro da Administração Interna disse esta quinta-feira que a publicação de mensagens racistas e xenófobas por membros das forças de segurança nas redes sociais, divulgada por uma reportagem, exige uma “atitude de grande lucidez, firmeza, determinação e consequência”.

“Esta situação que conhecemos agora, por intermédio desta investigação realizada por um conjunto de jornalistas, exige da nossa parte uma atitude de grande lucidez, firmeza, determinação e consequência”, afirmou José Luís Carneiro.

O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de inauguração da escultura “Do Rigor o Devir”, no Museu da Polícia, em Lisboa.

“Lucidez para determinar, como foi determinado à IGAI, com isenção, imparcialidade, independência e rigor que se apure as origens, os factos e proponha decisões. Lucidez para não confundir a parte como um todo”, precisou o ministro.

Nesse sentido, deixou “uma palavra para a maioria dos mais de 40 mil polícias e guardas que todos os dias zelam pela defesa dos valores constitucionais e pelo Estado de direito”.

José Luís Carneiro avançou que é ainda necessário “lucidez para evitar a partidarização de um tema tão sensível e importante numa função de soberania e de primacial do Estado”.

“Firmeza porque não podemos tergiversar na necessidade de apurar responsabilidades. Determinação porque a determinação que fiz em relação ao inquérito mandado abrir deve ser tão célere, ampla e profunda quanto seja necessário”, frisou, sustentando que tem de haver consequência, tendo em conta que são elementos das forças de segurança que “atentam aos valores constitucionais”.

Quando questionado se estes elementos das forças de segurança deviam ser suspensos, o ministro afirmou que “primeiro é necessário determinar com clareza, rigor e profundidade a origem e identidade e saber se efetivamente se trata das identidades que são referenciadas”.

O governante disse ainda que já comunicou estar disponível para ir ao parlamento explicar todas as questões.

Uma reportagem de um consórcio português de jornalismo de investigação mostra que as redes sociais são usadas para incitar ao ódio e à violência, com base em mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos.

Após a divulgação do trabalho jornalístico, na quarta-feira ao fim do dia, o Governo anunciou que a Inspeção-Geral da Administração Interna vai abrir um inquérito a este caso.

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