Fundo de reserva da Segurança Social “perde” quase tudo o que investiu no Credit Suisse

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
20 mar 2023, 21:10
Segurança Social

Dos 2,7 milhões de euros investidos no Credit Suisse restam apenas 222 mil na carteira do fundo de reserva do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Trata-se de uma "perda" de 96%

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) apresentava, no final de 2021, uma exposição de apenas 1,5 milhões de euros ao Credit Suisse, segundo o último relatório e contas do fundo de reserva da Segurança Social.

O investimento no histórico banco suíço que colapsou na semana passada pesava 0,006% na carteira de 23,2 mil milhões de euros do FEFSS, espelhando uma posição praticamente irrelevante, como referiu há dias Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

No entanto, as contas do FEFSS revelam que o Credit Suisse tem tido um impacto negativo na carteira do fundo da Segurança Social há vários anos. Até 2021, por exemplo, a posição do Credit Suisse acumulava perdas potenciais de 1,3 milhões de euros no portefólio do fundo.

Entre as quase 150 posições diretas em empresas, a posição no Credit Suisse era a terceira no ranking dos piores investimentos acionistas do fundo. Apenas era superada pelas perdas potenciais (desvalorizações das posições acionistas) de dois milhões de euros dos investimentos na petrolífera BP e no banco HSBC.

Assumindo que a gestão do FEFSS não aumentou nem reduziu a exposição ao Credit Suisse no último ano (tal como aconteceu em 2021), as perdas potenciais com o investimento no banco suíço até esta segunda-feira são praticamente totais: de um investimento inicial de 2,77 milhões de euros, sobram 119 mil euros, já considerando o rácio de troca de 22,48 ações do Credit Suisse por uma do UBS, acordado no negócio da compra do banco pelo UBS. Trata-se de uma perda de 96%.

No passado dia 17 de março, a ministra da tutela foi questionada sobre a exposição do fundo da Segurança Social ao Credit Suisse. Ana Mendes Godinho respondeu “que, de facto, a exposição é mínima ou ínfima”, devido a “uma grande capacidade de diversificação das próprias aplicações”. “É isso que temos sempre de salvaguardar através do Fundo de Estabilização que é exatamente a não dependência excessiva do mercado”, acrescentou.

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