Israel: Netanyahu rejeita exigências do Hamas para um cessar-fogo

Agência Lusa , DCT
7 fev, 20:01
Benjamin Netanyahu (Associated Press)

Netanyahu tem deixado muito claro que não aceitará um Estado palestiniano, assumindo a discordância com parte relevante da comunidade internacional e com os próprios Estados Unidos, seu principal aliado.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou esta quarta-feira os termos “delirantes” do Hamas para um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns.

Netanyahu prometeu prosseguir com a guerra de Israel contra o grupo islamita Hamas, agora no seu quinto mês, até alcançar a “vitória absoluta”, em declarações feitas após o seu encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que está de viagem no Médio Oriente.

Netanyahu defendeu mesmo que a pressão militar será a melhor forma de libertar os cerca de 100 reféns em Gaza.

“Estamos a caminho de uma vitória absoluta”, disse Netanyahu, acrescentando que a operação militar deverá durar apenas mais alguns meses, não anos.

“Render-se às exigências ilusórias do Hamas que ouvimos agora não só não levará à libertação dos reféns, mas apenas convidará a outro massacre”, disse Netanyahu numa conferência ao lado de Blinken.

O Hamas apresentou um plano de libertação de reféns em três etapas.

Na primeira fase, de 45 dias, o grupo islamita libertaria todas as mulheres e crianças restantes, bem como os homens mais velhos e doentes, em troca de um número não especificado de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Israel também se retiraria das zonas povoadas, cessaria as operações aéreas, permitiria a entrada de muito mais ajuda e permitiria que os palestinianos regressassem às suas casas, incluindo no devastado norte de Gaza.

A segunda fase, a ser negociada durante a primeira, incluiria a libertação de todos os reféns restantes, na sua maioria soldados, em troca de todos os detidos palestinianos com mais de 50 anos, incluindo militantes seniores.

Israel libertaria mais 1.500 prisioneiros, 500 dos quais seriam indicados pelo Hamas, e concluiria a sua retirada de Gaza.

Na terceira fase, ambos os lados trocariam os restos mortais de reféns e prisioneiros.

Contudo, o chefe do Governo israelita voltou a descartar qualquer acordo que deixe o Hamas com o controlo total ou parcial de Gaza e assegurou que o seu país é a “única potência” capaz de garantir a segurança na região a longo prazo.

Netanyahu tem deixado muito claro que não aceitará um Estado palestiniano, assumindo a discordância com parte relevante da comunidade internacional e com os próprios Estados Unidos, seu principal aliado.

Blinken reconheceu que ainda há “muito trabalho” para ultrapassar as divergências entre Israel e o Hamas nos termos de qualquer acordo, mas mostrou-se confiante numa nova libertação de reféns.

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