"Ele foi tudo ou quase tudo": Marcelo explica a Portugal por que motivo Portugal tem de agradecer a Adriano Moreira (1922-2022)

23 out 2022, 13:16

Adriano Moreira tinha 100 anos, morreu este domingo

Numa comunicação aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República relembrou a carreira política do antigo presidente do CDS e a sua importância na história política do país. "Durante 100 anos foi tudo ou quase tudo. Académico, mestre de civis e militares. Lutador pela liberdade e democracia. Depois, reformador impossível em ditadura, ainda assim revogando o estatuto do indigenato. Exilado. Regressado. Presidente de um partido político. Vice-presidente da Assembleia da República. Conselheiro de Estado. Atravessou dois regimes. Andou pelo mundo deixando discípulos. Andou pelo mundo defendendo a nossa língua, a nossa cultura, a nossa pátria comum. Sempre com inteligência, com brilho, com tenacidade, com orgulho transmontano, com orgulho português. Os portugueses, pela minha voz, agradecem-lhe 100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal", afirmou Marcelo.

Adriano Moreira morreu este domingo, aos 100 anos. Ministro do Ultramar no período da ditadura e antigo presidente do CDS, Adriano Moreira completou 100 anos em setembro deste ano e foi o político com a maior longevidade da história democrática portuguesa. 

Condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, Adriano Moreira destacou-se não só como estadista e político, mas também como professor universitário e pensador em matérias de Relações Internacionais e de Educação.

Ex-membro do Conselho de Estado indicado pelo CDS-PP, Adriano Moreira teve um percurso académico e político dividido entre dois regimes, tendo sido ministro do Ultramar no Estado Novo, de 1961 a 1963, e presidente do Centro Democrático e Social (CDS) em democracia, de 1986 a 1988.

Professor universitário com dezenas de obras publicadas, fortemente ligado ao atual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), que dirigiu e ajudou a reformar antes do 25 de Abril, foi também deputado, entre 1980 e 1995, e vice-presidente da Assembleia da República no seu último mandato parlamentar.

"A minha vida foi a escola, sobretudo. A intervenção política foi mais por obrigação cívica", afirmou Adriano Moreira, numa entrevista à agência Lusa, em 2012.

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