Montenegro quer verdade e não "partidarite" no relatório final da CPI à TAP

Agência Lusa , AM
16 jun 2023, 22:50
Luís Montenegro (Estela Silva/Lusa)

Líder do PSD diz que naquela comissão de inquérito “foram reveladas várias incongruências e várias contradições”, com “versões contraditórias” de ministros e membros do governo”

O presidente do PSD, Luís Montenegro, apelou esta sexta-feira a que a “partidarite” seja posta de lado para que “haja verdade” na conceção do relatório final e respetivas conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem da sessão de abertura sessão de abertura do Congresso da Juventude do Partido Popular Europeu, Montenegro dirigiu aquele apelo de uma forma muito particular “à maioria do Partido Socialista”.

“Espero que haja verdade quando os deputados, nomeadamente da maioria do Partido Socialista, forem chamados a tirar conclusões (…). Era bom que os deputados fossem consequentes com aquilo que se passou e que se passa nas comissões parlamentares de inquérito e que não ponham a partidarite à frente do apuramento da verdade”, referiu.

Para o líder do PSD, naquela comissão de inquérito “foram reveladas várias incongruências e várias contradições”, com “versões contraditórias” de ministros e membros do governo”.

Montenegro disse ainda que a comissão parlamentar de inquérito serviu para a comprovação “de uma ingerência do governo na gestão da TAP”, da forma muito ligeira na fixação de uma indemnização a uma ex-administadora e da forma “muito sui generis de despedimento com justa causa da presidente da comissão executiva e do presidente do conselho de administração”.

“Desejo sinceramente que haja um sentido de verdade, de responsabilidade e que se fuja à partidarite na conceção do relatório final e nas respetivas conclusões”, vincou,

Da audição desta sexta-feira do ministro das Finanças, Montenegro disse que não houve “nenhuma novidade em especial”.

“Retive aquilo que nós já sabíamos. Efetivamente, é muito estranho o processo que conduziu à saída e à fixação da indemnização das administradoras”, rematou.

Líder do PSD diz que Portugal "devia estar a crescer o dobro" 

O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse que “é melhor que o país cresça mais do que cresça menos”, mas sublinhou que Portugal precisava de estar a crescer o dobro daquilo que está a crescer.

“Nós precisávamos, hoje, de estar a crescer o dobro daquilo que estamos a crescer (…). E, portanto, não querendo naturalmente dizer que é negativo que uma estimativa de crescimento seja revista em alta, isso é óbvio que eu não direi isso, mas que o país tem de ter capacidade de gerar mais riqueza, criando mais investimento e mais condições para as empresas serem competitivas”, referiu, em declarações à margem da sessão de abertura do Congresso da Juventude do Partido Popular Europeu.

O Banco de Portugal reviu hoje em alta as projeções para o PIB, salientando o desempenho acima do esperado no primeiro trimestre e apontando para um crescimento de 2,7% este ano e 2,4% em 2024.

Na reação, o líder do PSD disse que o que vê é “sobretudo um país que tem mulheres e homens que todos os dias têm muita dificuldade em pagar as suas contas”.

Aludiu a “um custo de vida que cresceu muito no último ano e meio”, sendo o resultado a “incapacidade” para pagar as despesas mais basilares na alimentação, na energia e nos combustíveis” e nos serviços de saúde.

“Agora, evidentemente que o país é melhor que cresça mais do que cresça menos. Infelizmente, no cômputo geral, a última década foi uma década de estagnação económica, foi uma década que não deu a Portugal aquilo que era suposto, nomeadamente através das políticas europeias que nos auxiliam, nomeadamente em termos de financiamento, de uma maneira nunca antes vista”, disse ainda.

O líder do PSD reiterou que há condições para baixar os impostos em Portugal, apontando desde logo o IRS, para o qual defendeu uma “descida significativa” até ao sexto escalão.

Ainda sobre o IRS, propôs uma taxa máxima de 15 por cento para os jovens até aos 35 anos.

“É chegada a hora de ousar diminuir os impostos sobre os rendimentos do trabalho em primeiro lugar”, referiu.

Montenegro defendeu ainda a baixa do IVA na eletricidade, no gás e nos combustíveis e a descida progressiva da taxa de IRC.

“Eu já tive ocasião de dizer e reitero que nós temos em Portugal, no ano de 2023, como já tivemos no ano de 2022, um excedente orçamental, do ponto de vista da arrecadação de receita fiscal. Portanto, o Governo está a cobrar mais impostos do que os muitos que já estimava cobrar com o crescimento da receita fiscal e contributiva do Orçamento do Estado”, disse o líder do PSD.

Acrescentou que, por outro lado,” as pessoas estão asfixiadas, as empresas estão asfixiadas, as instituições estão asfixiadas em muitos impostos”.

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