Primeiro-ministro indigitado deslocou-se a Bruxelas para participar na cimeira do Partido Popular Europeu. Reuniu-se com von der Leyen e anunciou que é provável - mas não certo - que faça o mesmo com António Costa - que também está em Bruxelas
Foi indigitado às 23:30 e ainda de madrugada viajou para Bruxelas. Já na Bélgica, e questionado sobre o novo Governo, Luís Montenegro garantiu que "ainda não começou a fazer contactos" e que novidades sobre o próximo Executivo só "de hoje a oito dias".
Sem contactos feitos, Montenegro afirmou que é "prematuro" estar a avançar nomes para as pastas: "Tenho de remeter todas as decisões para o momento em que apresentar a sua excelência o sr. Presidente da República o elenco que proporei".
Sobre se o novo Governo pode ter alguma relação, acordo ou presença da Iniciativa Liberal, Montenegro também não diz que sim nem que não, apenas que é "prematuro". O que não é prematuro é a vontade de defender desde já o novo Governo, apesar de ainda nem sequer existir: "Não há nenhuma razão, nem interna nem externa, para se duvidar da capacidade, na verdade, nós temos um Governo estável, um Governo que cumpra com responsabilidade todos os seus compromissos com os eleitores portugueses - aqueles que fizeram uma escolha de mudança no dia 10 de março - e também com as instituições internacionais, à cabeça das quais está a União Europeia".
Nem sim nem não sobre Costa
Neste dia em Bruxelas, Luís Montentegro deve ainda encontrar-se com o primeiro-ministro cessante, António Costa, para o cumprimentar antes das reuniões dos respetivos grupos políticos a que pertencem.
“Relativamente ao dr. António Costa, eu tive ocasião de falar com ele ontem, já depois de ter sido indigitado e de ter acertado um pequeno encontro hoje, já que estamos os dois em Bruxelas. Se as agendas forem compatíveis, o que não é muito fácil, teremos oportunidade de conversar um pouco aqui”, explicou Montenegro.
Ainda assim, António Costa e o presidente do PSD já se cruzaram no hotel perto da Comissão Europeia, de onde depois se vão dirigir para as reuniões do Partido Socialista Europeu e do Partido Popular Europeu, respetivamente, que habitualmente antecedem as cimeiras de líderes europeus. “Não foi combinado, mas convergiu”, disse António Costa sobre este momento.
Questionado sobre uma eventual candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu, o líder do PSD não revelou se apoia ou não, referindo mais uma vez ser "prematuro" falar sobre o tema. Ainda assim, e em tom de análise ao mandato de Costa, Montenegro destacou os "atrasos na execução do PRR": "Às vezes dá-se uma panorâmica demasiado otimista sobre alguns dossiês e esse é um deles. A verdade é que há atrasos. Há atrasos que nunca foram recuperados e há também o desejo que tenho de podermos aproveitar esse impulso de financiamento para dinamizar a nossa atividade económica, por forma a termos um ciclo de crescimento mais duradouro que possa dar condições para podermos atrair e reter o nosso talento em Portugal".
O primeiro-ministro cessante encontrou-se ao início da manhã com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no quartel-general da organização político-militar, e Luís Montenegro tinha tido uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
15 minutos
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, garantiu esta quinta-feira à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, rapidez na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para “recuperar atrasos”, esperando nova tranche ao país no final deste mês.
O líder do PSD falou com os jornalista após uma reunião de cerca de 15 minutos com Ursula von der Leyen, a líder da instituição e também cabeça de lista do Partido Popular Europeu (PPE) às eleições europeias.
"Como sabem, já nos temos encontrado noutras ocasiões, enquanto líder do PSD participei em todas as cimeiras do Partido Popular Europeu que antecederam a realização dos Conselhos Europeus e é também essa uma das razões pelas quais me encontro aqui hoje, mas tive a ocasião de ter uma reunião com a presidente da Comissão e partilhar alguns dos pontos de vista que nos preocupam e motivam também em termos de governação para os próximos tempos. Em primeiro lugar, naturalmente, reiterar o nosso compromisso com toda a participação de Portugal na União Europeia, não temos nenhuma dúvida sobre o papel que nos cabe desempenhar no seio da União, da construção de uma Europa mais unida, mais coesa do ponto de vista social, com capacidade de dar aos cidadãos maior qualidade de vida", afirmou Montenegro.
O primeiro-ministro indigitado diz ainda que garantiu a Ursula von der Leyen que o novo Governo vai tentar "recuperar os atrasos que há na execução do PRR" e que esse "será um ponto fundamental" da ação partido depois de assumir o Governo, a 2 de abril.
Montenegro disse ainda que, apesar de saber "que há alguns compromissos que o Governo português assumiu que não estão ainda cumpridos", espera que não existam problemas com o "cumprimento desses compromissos" perante o desbloqueamento de uma nova tranche em março.
"Aquilo que nós queremos enquanto novo Governo é incrementar uma capacidade de execução maior do que aquela que Portugal teve nos últimos anos e por via disso termos um relacionamento muito estreito com a Comissão Europeia."
