Portugal acolhe cimeira bilateral com Cabo Verde a 19 de novembro

Agência Lusa , MJC
20 abr, 17:50
O primeiro-ministro Luís Montenegro encontrou-se em Cabo Verde com o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva (Lusa/Elton Monteiro)

Em visita oficial a Cabo Verde, Luís Montenegro anunciou ainda que quer avançar para uma segunda fase, após 2025, no programa de troca de divida cabo-verdiana por investimento climático, que os dois países têm apresentado como exemplo para o mundo

Portugal vai acolher a próxima cimeira bilateral com Cabo Verde a 19 de novembro, anunciaram este sábado os primeiros-ministros dos dois países na cidade da Praia.

Relações especiais merecem “eventos especiais”, referiu Luís Montenegro, acrescentando que, à margem, haverá um encontro bilateral entre empresários e agentes económicos dos dois países. “Vimos materializando, e com bons resultados, investimento das empresas portuguesas em Cabo Verde”, referiu.

“Há espaço, desejo e condições de reforçarmos a parceria economia, empresarial, aproveitando as oportunidades em diversas áreas”, acrescentou Ulisses Correia e Silva. O primeiro-ministro cabo-verdiano espera que, à margem da cimeira, seja organizado “um fórum de investimentos que seja abrangente e alargado ao turismo, economia azul, economia digital, indústria e oportunidades, a par de transformação digital e transição energética”.

No encontro de hoje, Ulisses e Montenegro trocaram elogios, indicaram as linhas de convergência e a vontade de reforçar relações, expandindo o investimento privado.

Luís Montenegro anunciou ainda que quer avançar para uma segunda fase, após 2025, no programa de troca de divida cabo-verdiana por investimento climático, que os dois países têm apresentado como exemplo para o mundo.

Segundo referiu, a primeira fase de 12 milhões de euros está a ser implementada e vai ser avaliada. Ulisses Correia e Silva espera poder ir convertendo os 140 milhões de euros de dívida a Portugal, à medida que esta for vencendo. Este instrumento é apresentado como vantajoso para os dois lados: Cabo Verde abate a dívida, as empresas portuguesas ganham uma via de internacionalização na área das energias renováveis, em que têm conhecimento, referiu Montenegro.

O primeiro-ministro português prometeu continuar a investir na Escola Portuguesa de Cabo Verde (EPCV) e apostar na língua portuguesa como fator de “competitividade económica. É nessa perspetiva que a valorização da língua deve ser encarada”, referiu. Portugal prometeu apoiar “sempre” Cabo Verde em questões multilaterais, acrescentou, como seja no relacionamento com a União Europeia (UE) ou a NATO.

Ainda no Palácio do Governo, José Cesário, secretário de Estado das Comunidades de Portugal, Adalgisa Vaz, secretária de Estado do Fomento Empresarial de Cabo Verde e Pedro Soares, presidente do Banco Interatlântico (grupo Caixa Geral de Depósitos), assinaram um protocolo para criação de uma linha especial de microcrédito para apoio ao empreendedorismo em Cabo Verde, sobretudo de jovens e mulheres.

A linha de 500 mil euros junta-se aos apoios portugueses a Cabo Verde e cumpre aquilo que para Montenegro deve ser o papel do Estado: “dar os instrumentos” àqueles que têm disposição para “arriscar” num novo negócio.

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