Sentimento de insegurança e vitimação diminuiram nos últimos 20 anos em Lisboa, revela estudo

Agência Lusa , AG
12 set 2022, 19:30
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Principal razão de insegurança é a falta de policiamento, seguida da existência de droga

O sentimento de insegurança na cidade de Lisboa e as situações de vitimação diminuíram nos últimos 20 anos, de acordo com os dados de um estudo divulgado esta segunda-feira, que compara os anos de 2000 e 2019.

As conclusões do estudo “O sentimento de insegurança e vitimação em Lisboa” foram divulgadas esta tarde durante a cerimónia de comemoração do 131.º aniversário da Polícia Municipal de Lisboa, que decorreu nos Paços do Concelho.

O estudo, com dados referentes a 2019 e que faz uma comparação com 2000, foi conduzido por investigadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e baseou-se em 2.100 entrevistas a residentes na capital e em áreas abrangidas por Contratos Locais de Segurança (Bairro do Armador, Bairro do Condadado, Bairro dos Machados, Bairro da Cruz Vermelha e Alta de Lisboa).

Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, a coordenadora do estudo, Maria do Rosário Jorge, apontou como principal conclusão o facto de, comparativamente a 2000, ter existido um aumento da perceção de segurança dos habitantes da cidade de Lisboa.

“Nós identificamos que um dos problemas que os lisboetas consideram para a cidade é a questão da segurança. No entanto, quando os questionamos se se sentem ou não seguros na cidade, 80% diz que se sente seguro”, indicou.

Apesar disso, 70,3% dos inquiridos referiu que a principal razão de insegurança na área de residência é a falta de policiamento e 44,3% a existência de droga.

As situações de vitimação foram outros dos aspetos abordados no estudo, sendo que a conclusão aponta, também, para uma diminuição do fenómeno.

“A vitimação teve também aqui uma redução em relação a 2000. Portanto, há aqui uma diferença entre aquilo que é a importância, que de um modo geral, se dá à segurança e aquilo que são os resultados em termos de vitimação e de sentimento de segurança”, sublinhou.

Nesse sentido, a investigadora ressalvou que o sentimento e a perceção da segurança se alteram em função de certos fatores, nomeadamente “o número de horas que as pessoas veem televisão, os canais que veem”.

No que diz respeito à vitimação, o estudo indica que esta decorreu na sua maioria por crimes ligados ao vandalismo do automóvel (28%) e ao roubo de motocicletas ou bicicletas (11,7%).

Destacam-se também os crimes relacionados com o roubo de peças do automóvel (10,7%) e o crime informático (8%).

“Há um resultado que nos surpreende, que é aparentemente contraditório, que é quando nós perguntamos às pessoas se entre os problemas da cidade a segurança é o mais importante e dizem que sim e depois se perguntamos se sentem seguras na cidade também dizem que sim. Este parece-nos um resultado interessante para perceber quais são os outros fatores para explicar o sentimento de insegurança”, apontou.

Numa reação ao estudo, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), ressalvou que a perceção que muitas vezes se tem da insegurança “tem alguma dissonância entre a realidade e a própria atividade [policial] ”.

“Nós estamos presentes, as pessoas gostam da nossa polícia, mas por outro lado sentem que o policiamento nas ruas não é suficiente. Quero ver-vos mais na rua. Mais visíveis. Essa visibilidade transmite mais segurança”, apelou o autarca, aproveitando também a presença da secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, para pedir um reforço de agentes para a Policia Municipal e para a PSP.

A Polícia Municipal de Lisboa foi criada no dia 12 de setembro de 1891, com a afetação de dois guardas do Corpo da Polícia Civil ao município.

Equiparada a Direção Municipal, a Polícia Municipal de Lisboa é um serviço da autarquia, composta por agentes da PSP e por civis dos quadros da Câmara.

É comandada desde 2015 pelo superintendente Paulo Caldas.

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