Sporting-Famalicão, 2-1 (crónica)

David Marques , Estádio José Alvalade, Lisboa
30 abr 2023, 22:51

Serviços mínimos mantêm viva a ilusão

Esforço. Dedicação. Devoção. Glória.

No topo sul do Estádio José Alvalade estão bem presentes, em letra bem grande, os desígnios do Sporting.

Falhado o último deles – o objetivo do título e (quase) todos os outros traçados para 2022/23 – cabe aos leões terminarem a época com dignidade e continuar a lutar até que o quase entre parêntesis, que significa assegurar um lugar na Champions na próxima época, perca para a ciência exata.

Neste domingo, diante de um Famalicão em clara economia de esforços num jogo que, face às oito alterações no onze, terá sido encarado pelos visitantes como o intervalo de uma meia-final da Taça Portugal, os leões venceram com justiça. Também com esforço, dedicação e devoção. Mas sem brilhantismo.

Ruben Amorim deixou Chermiti no banco e recuperou a receita do ataque móvel, com Pote e Edwards no apoio a Trincão.

A primeira parte foi jogada a um ritmo morno, apenas quebrado pelos slaloms de Edwards, pelas investidas de Nuno Santos sobre o corredor esquerdo e por deslizes defensivos de parte da parte.

Ao Famalicão, o que sobrou em conforto com bola – a equipa de João Pedro Sousa procurou jogar sempre de pé para pé – faltou sem ela. Foi aí que as fraquezas dos minhotos ficaram expostas, como quando Morita inaugurou o marcador aos 18 minutos a finalizar sem oposição na área após excelente trabalho de Edwards.

A falta de ímpeto ofensivo do Sporting após o 1-0 deu aos famalicenses o tempo necessário para se recompor e aos 31 minutos Adán teve de aplicar-se para negar o empate a Colombatto.

Os leões terminaram a primeira parte com duas bolas de golo. A segunda, a fechar, por Pote, mais uma vez consequência de um desequilíbrio de Marcus Edwards. Curto, mas o suficiente justificar a vantagem.

Na segunda parte, o jogo foi mais animado. A entrada de Zaydou Youssouf logo no reatamento e as que se seguiram à passagem da hora de jogo melhoraram os visitantes, mas o Sporting também foi mais incisivo no último terço. Nuno Santos e Edwards continuaram a ser os melhores da equipa da casa; Diomande, lá atrás, o mais negligente de todos, mas sem consequências para além de dois sustos.

Aos 60 minutos, o 2-0 de Ricardo Esgaio, que se estreou a marcar com a camisola principal do Sporting, parecia lançar os leões para um resto de noite tranquilo, mas por essa altura já estavam em campo algumas das melhores unidades do conjunto de João Pedro Sousa: além de Youssouf, também Francisco Moura, Cádiz e, claro, Iván Jaime.

Apesar disso, a equipa de Ruben Amorim estaria a atravessar o período mais estável no jogo, quando Coates, numa tentativa de evitar que um cruzamento chegasse ao coração da área, encostou para própria baliza.

O jogo ficou relançado, tornou-se caótico e os fantasmas de 2022/23 voltaram a assombrar Alvalade, ao ponto de o Sporting, claramente mais intranquilo, ter precisado de Adán para segurar a vitória (justa, ainda assim) numa noite em que, com esforço e dedicação, os leões cumpriram, à risca, os serviços mínimos.

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